O Reino De  Deus

Prof. Johan Malan, Midelburg, S. Africa

É importante conhecer a natureza e funções do Reino de Deus  e também como êle funciona em diferentes dispensações. Como é que Deus reina, e porque é que o Seu reino não é deste mundo? Por quanto tempo aínda vai o Seu reino estar escondido nos corações dos crentes, antes de ser pùblicamente proclamado e manifestado? Outras perguntas a que se devia dar resposta são: O que é teologia do reino, e porque é que muitos dirigentes cristãos esperam que o Reino de Deus seja manifestado visìvelmente na Terra, antes da segunda vinda do Rei Jesus Cristo, por meio de  esforços humanos como o reconstrucionismo, as transformações, a guerra espiritual estratégica e sinais e maravilhas ?

A gente do “Reino Agora” – não quere compreender que temos de seguir os passos de Cristo e partilhar dos Seus sofrimentos, para um dia podermos partilhar também com Êle do Seu trono. Os discípulos também não podiam compreender haver uma diferença entre o espiritual, e os aspectos físico-políticos do reino. De acôrdo com Lucas 19:11, êles pensavam que o Reino de Deus apareceria de imediato, mas foi-lhes dito numa parábola, que o seu Rei iria para um país longínquo (o Céu), e que voltaria mais tarde para os recompensar (Lucas 19:15-19; e Apocalipse 22:12). Em actos 1:6, êles perguntaram especìficamente se Jesus estabeleceria o reino de Israel. A Sua resposta foi que ainda não tinha chegado o tempo para isso, mas que receberiam poder para serem Suas testemunhas no mundo inteiro. Isso significava martírio num mundo hostil, para muitos dêles. Nós deviamos compreender como o Reino do Céu é descrito e nos é revelado progressivamente.

Um reino celestial

Precisamos ter uma ideia clara do Céu, pois êle é o lugar do reino a que pertencemos. O altíssimo Céu é a residência do Deus Triune - Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Moisés orou: “Olha da tua santa habitação, do Céu, e abençôa o teu povo Israel”. (Deut. 26:15). Quando Jesus nasceu os anjos disseram: “Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra” (Lucas 2:14). No Seu Sermão na Montanha, Jesus disse: “Que a vossa luz brilhe de tal maneira entre os homens, que êles possam ver as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai no Céu” (Matt. 5:16). Depois do Seu ministério terreno, Jesus voltou ao Céu – “Enquanto os abençoava, Êle apartou-se dêles e foi transportado ao Céu” (Lucas 24:51). No Céu Êle está sentado à mão direita de Deus Pai, onde vive eternamente para interceder por nós (Rom. 8:34; Hebr. 7:25; 8:1). Jesus está a preparar um lugar para nós na casa de Seu Pai com muitas mansões (João 14:2). Êle regressará do Céu à Terra para nos receber para Si, “Porque o Senhor Mesmo descerá do Céu com um grito, com a voz do arcanjo e com a trombeta de Deus. E os mortos  em Cristo subirão primeiro. E então, nós que ficarmos vivos seremos arrebatados com êles nas nuvens, para nos  juntarmos ao Senhor no ar. E assim ficaremos sempre com o Senhor” (1 Tess. 4:16-17). O Céu é também a habitação dos anjos (Lucas 2:15; 22:43).

O Reino do Céu reina sôbre todo o Universo, e é controlado do trono de Deus, que está no Céu. No Salmo 103:19, David diz: – “O Senhor estabeleceu o Seu trono no Céu, e o Seu reino tudo controla”. Nós deviamos ter consciência do controlo celestial das nossas vidas e fixar os nossos pensamentos no trono de Deus – “Portanto, se ressuscitasteis com Cristo, procurai as coisas que são de cima, onde Cristo está, sentado à mão direita de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas coisas que são da Terra” (Col. 3:1-2).

O Reino de Deus é eterno – “O Seu reino é um  reino eterno, e o Seu domínio é de geração para geração” (Daniel 4:3). Depois da Queda e do aumento do poder de Satanás na Terra, o Reino do Céu foi estabelecido no mundo de maneira limitada e escondida.  Os adeptos deste reino servem o Senhor pela fé e não pelo que vêem: “Fé, é a substância das coisas porque esperamos, a evidência de coisas não vistas” (Hebr. 11:1). O Senhor Jesus disse aos discípulos, que lhes era dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas que tal conhecimento não era concedido aos não-crentes (Matt. 13:11). E disse também, que o Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que deve ser procurado e encontrado. É como uma linda pérola que uma pessoa descobre e vende tudo o resto para a obter (Matt. 13:44-46).

Êste reino escondido vai ser revelado visìvelmente na Terra durante a segunda vinda de Cristo. Isaías disse: “O govêrno estará sôbre os Seus hombros. E o Seu nome será chamado Maravilhoso, Conselheiro,  Deus Poderoso, Pai da Eternidade, Principe  da Paz. Do aumento do Seu govêrno e da paz não haverá fim no trono de David e no Seu reino, para o ordenar e estabelecer com julgamento e justiça daí em diante e para todo o sempre” (Isaías 9:6-7; Dan. 7:14,27).

Nós temos entrada neste reino eterno através da fé em Cristo, “Pois assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pedro 1:11). As carcterísticas deste reino são justiça e paz. As coisas temporais não vão ter precedência, “porque o Reino de Deus não é comida e bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rom. 14:17). Servir o Senhor devia ser para nós assunto da mais alta prioridade. Por isso, devemos procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça, e todas as outras coisas nos serão acrescentadas” (Matt. 6:33). 

As bênçãos  e os julgamentos vêm do Céu. Deus fornece-nos alimento espiritual do Céu através da obra da graça de Seu Filho e da Sua Palavra (João 6:31-35; Lucas 4:4). Os cristãos que transgridem os mandamenos bíblicos estão a pecar contra o Céu (Lucas 15:18,21).  Os julgamentos também são derramados do Céu sôbre os iníquos (Lucas 17:29; Rom 1:18; Apocal. 6:12; 16:1). Durante o período da tribulação que se aproxima, os pecadores serão abalados pelo pânico, clamando auxílio às montanhas e rochas: “Caí sôbre nós e escondei-nos da face d’Aquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro!” (Apocal. 6:16).

Os cristãos têm um destino celestial. A nossa cidadania é no Céu (Filip. 3:20), porque os nossos nomes estão lá escritos (Lucas 10:20). Nós temos uma herança incorruptível e pura, e que não murcha, reservada no Céu para nós, e que será revelada no último tempo (1 Pedro 1:4-5). È indiscritível: “O ôlho não viu, nem o ouvido ouviu, nem  penetraram o coração do homem, as coisas que Deus tem preparadas para aqueles que O amam” (1 Cor. 2:9).

Aqueles que cumpriram o seu chamamento como testemunhas de Cristo e sofreram na Terra perseguições e rejeição por causa do Seu nome, receberão prémios (Lucas 6:22-23; 2 Cor. 5:10). Êles são encorajados a juntar tesouros no Céu, ajudando no evangelismo e fazendo coisas que têm valor eterno (Lucas 12:33; 2 Cor. 9:6-7).

Há alegria no Céu, por cada pecador que se arrepende para se tornar membro deste reino maravilhoso (Lucas 15:7). Os santos serão cheios de alegria quando forem vestidos com os seus corpos ressurrectos e glorificados, os quais os eleverão muito além das  limitações da sua existência terrena (2 Cor. 5:1-2; Fil. 3:21).

Um reino de amor e santidade

Deus é a personificação do amor (1 João 4:8) e da santidade (1 Pedro 1:15-16). Estes princípios divinos aplicam-se a todos quantos se tornam participantes do Seu reino (1 João 4:7,16). Amor é uma tendência voluntária e expontânea para se ser atraído para outras pessoas e aceitar totalmente outras pessoas. Mas amor não é apenas uma atitude, pois está também ligado a actos de caridade,   frequente comunicação, fidelidade, respeito mútuo e auxílio em tempos de crise. O amor não procura apenas o seu próprio interesse, mas também o interesse dos outros (1 Cor. 13:4-5; Fil. 2:4).

Amor verdadeiro nunca pode ser forçado, pois tem origem fundo dentro do coração. Por esta razão, os anjos e os seres humanos, criados por Deus, têm todos liberdade de escolha. Não são manipulados ou obrigados a amar o Senhor. São apenas convidados a amá-l’O, não só porque isso é para glória de um Deus amoroso, mas também para seu próprio interesse.

A liberdade de amar também inclui a possibilidade de não amar – isto é, de odiar. Os anjos no Céu amam livremente Deus, porque Êle é bom, mas tiveram sempre a liberdade de agir contràriamente a êste princípio. De facto, muitos dêles pecaram e foram consequentemente julgados por Deus (2 Pedro 2:4). Esta escolha fatal deu origem ao reino da escuridão.

Um reino de oposição

A rebelião no Reino de Deus aconteceu quando Lucífer se encheu de orgulho e se exaltou a si mesmo como sendo  igual  a Deus (Isa. 14:12-17). Por isso foi expulso do Céu juntamene com um terço dos anjos que tomaram parte nessa rebelião (Apocal. 12:3-4). Lucífer tornou-se Satanás (“Adversário”) e chefiou o oposto reino da escuridão. Os anjos caídos tornaram-se espíritos malignos ou demónios, que são controlados e usados por Satanás.

Desde a Queda, êle  também controla e manipula as pessoas não-salvas, que estão espiritualmente mortas e inclinadas a segui-lo. Deus liberta-nos do poder da escuridão (Col. 1:13). O Diabo faz todos os esforços em seu poder para reinar sôbre a criação de Deus e para a destruir. E tenta também evitar a restauração da imagem de Deus nos seres humanos, cegando-os espiritualmente e fazendo dêles escravos do pecado. O seu objectivo final é ser servido e adorado em lugar de Deus (Apocal. 13:2, 4). Êle deseja ver o Anticristo (falso Cristo) nomeado para uma posição de autoridade como rei do mundo. E tenta também opor-se a, e substituir o Espírito Santo, influenciando e controlando as pessoas espiritualmente por meio de espíritos enganadores e doutrinas de demónios (1 Tim. 4:1). Nós precisamos de toda a armadura de Deus para podermos fazer frente às artimanhas do Diabo, pois êle e os seus demónios são os cabeças  da escuriddão desta era (Efés.  6:11-12).

A posição de poder espiritual atingida por Satanás na Terra, resultou da Queda. Todas as pessoas nascem com uma natureza pecadora e, portanto, participam na rebelião de Satanás contra Deus. Estão espiritualmente mortas e moralmente depravadas (Rom. 3:10-18). Mesmo depois da vinda de Cristo, muitas pessoas continuam a preferir a escuridão em vez da luz, porque as suas acções são más (João 3:19). É por isso que o Diabo é chamado o dirigente e deus deste mundo caído e iníquo (João 14:30; 2 Cor. 4:4). João afirma que o mundo inteiro está sob a influência do maligno (1 João 5:19).A sua influência é  extensa.

Um mundo maligno

Depois de Satanás e dos anjos caídos que o acompanhavam terem sido expulsos do Céu, êles declararam guerra contra Deus e Seu reino eterno. Satanás está a vingar-se e continua disposto a elevar-se como deus deste mundo e a enganar as nações para que o adorem. A sua habilidade para enganar as pessoas, deu-lhe poder para controlar a vasta maioria da raça humana. Êle fez dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, co-rebeldes contra Deus e Seu govêrno universal. A resultante depravação espiritual foi herdada por todos os descendentes de Adão, o que significa que todas as pessos da Terra nascem pecadoras (Rom. 5:12).

O Senhor deu a Adão e Eva domínio sôbre o mundo natural, com a tarefa de o sujeitar (Gen. 1:26-28). O facto que êles cederam ao mau conselho de Satanás, significa a aceitação por ambos da sua chefia, e ao mesmo tempo a transferência para êle da autoridade que Deus lhes dera sôbre o mundo. Por causa disto, e também porque a maior parte das pessoas ama mais a escuridão do pecado   que a luz da santa presença de Deus (João 3:19), Satanás tornou-se  o deus deste mundo.

Paulo diz que “Nós não lutamos contra a carne e sangue, mas contra principados, contra potestades, contra os principes das trevas desta era, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Efes. 6:12). Satanás estabeleceu o seu reino aqui e fez do mundo um lugar cheio de maldade e pecado, completamente oposto ao Reino de Deus. Até tentou convencer o Senhor Jesus a adorá-lo e a fazer parte do seu reino iníquo:

“Então o Diabo, levou-O ao tôpo de uma alta montanha, e mostrou-Lhe num momento todos os reinos do mundo. E disse-Lhe, ‘Toda esta autoridade e sua glória te darei; porque a mim foi entregue e  eu dou-a a quem quizer. Portanto, se me adorares, tudo será teu’.” E Jesus, respondendo-lhe disse: “Vai-te Satanás! Porque está escrito, adorarás o Senhor teu Deus e só a Êle servirás” (Lucas 4:5-8).

Jesus não negou estar Satanás a reinar sôbre os reinos deste mundo, mas rejeitou a sua reivindicação de ser aceite e adorado como verdadeiro deus do mesmo (2 Cor. 4:4). Desta Escritura, torna-se evidente que o mundo faz parte de um reino iníquo, que é totalmente hostil ao Reino do Céu. Deus não entregou os seres humanos ao seu destino nestas circumstâncias, mas chamou-os ao arrependimento e a terem fé em Si. Esta é a razão porque Jesus morreu pelos nossos pecados, “para que Êle pudesse libertar-nos da maligna era presente” (Galatas 1:4).

A nossa posição no mundo

O Senhor Jesus prègou assim pelos seus discípulos que se encontravam no reino das trevas na Terra: “ Êstes estão no mundo… O mundo odiou-os porque êles não são do mundo, como Eu também não sou do mundo… (João  17: 11,14,16). No seu livro Como Cristo o Dr. Andrew Murray faz o seguinte comentário a esta escritura:

“Se Jesus não era do mundo, então porque estava Êle no mundo? Êle esteve cá para fornecer um plano de salvação para a humanidade caída. Êle estava em luta com os poderes que reinam no mundo, para aprender obediência, e assim aperfeiçoar e santificar a natureza humana. Êle esteve aqui para manifestar e trazer para  perto de nós a vida existente em Deus, que o ser humano tinha perdido, e para que o homem a pudesse ver e desejar. Êle esteve também aqui para fundar um reino inteiramente celestial em origem e natureza, inteiramente independente de tudo quanto o mundo considera desejável ou necessário, com  princípios e leis totalmente opostos aos que controlam o mundo.

“As duas expressões ‘no mundo’ e ‘não são do mundo’ revelam-nos o grande mistério da Pessoa e obra do Salvador. Êle não é do  mundo, pois Êle julga e vence o mundo pelo poder da Sua divina santidade; mas esteve no mundo para que, através da Sua humanidade e amor, pudesse procurar e salvar os perdidos. A mais completa separação do mundo, simultâneamente com o mais íntimo relacionamento com os do mundo – estes dois extremos encontram-se em Jesus. Êle reconciliou-os na Sua própria Pessoa. E é o chamamento do cristão provar que estas duas disposições, por muito opostas que nos possam parecer, podem também ser reconciliadas  em perfeita harmonia nas nossas vidas. Deve haver em todo o crente uma vida celestial a brilhar através de formas humanas.

“Os verdadeiros seguidores de Jesus devem combinar ambos estes conceitos. Se não mostrarem claramente que não são do mundo, e não provarem quão grande é a bênção de uma vida celestial, como é que vão convencer o mundo do pecado, mostrar-lhe que há uma vida mais elevada ou ensinar-lhe como possuir o que presentemente ainda não possuem? Fervor, santidade e separação do epírito do mundo, devem ser características das suas vidas. O seu espírito celestial  deve tornar manifesto que pertencem a um reino que não é dêste mundo. 

“O crente pertence tão pouco ao mundo, como Cristo. Na sua nova natureza, êle é nascido do Céu e tem em si a vida e amor do Céu. A sua vida celestial sobrenatural dá-lhe a habilidade de poder estar no mundo sem ser do mundo. ‘Portanto, saí do meio dêles e separai-vos dêles, diz o Senhor’. E então cumpre-se a promessa: ‘Eu residirei nêles e caminharei entre êles’ (2 Coríntios 6:16-17). E então Cristo envia-nos, tal como o Pai O enviou, para estarmos no mundo como lugar ordenado pelo nosso Pai para O glorificarmos e darmos a conhecer o Seu amor. Leitor – está preparado para viver a vida celestial aqui na Terra?”

A soberania de Deus

O facto de sermos estrangeiros no reino de Satanás aqui na Terra, levanta perguntas nas mentes de muitos crentes quanto à soberania de Deus. Não controla Êle tudo completamente? Deus é de facto a autoridade suprema. Embora Deus tenha dado domínio a seres humanos, que por sua vez deixaram escapar êsse domínio para as mãos de Satanás, Deus pode em qualquer altura sobrepor-se  ao reino de Satanás anulando os seus planos. Esta é a razão importante porque os cristãos pedem regularmente a Deus que os liberte do Diabo. O Senhor Jesus também intercede por nós (Ebr. 7:25). Na Sua oração na Terra como Sumo Sacerdote, Êle orou por nós: ‘Eu dei-lhes a Tua Palavra; e o mundo odiou-os…Não Te peço que os tires do mundo, mas  que os guardes contra o Maligno’ (João 17:14-15). Desta oração torna-se evidente que vivemos num reino hostil e que devemos estar profundamente dependentes das bênçãos, orientação e protecção do Senhor, se quizermos ser espiritualmente vitoriosos.

Apesar destas intervenções divinas, nós estamos a viver diàriamente num mundo maligno influenciado pelo Diabo. E também temos a nossa vontade livre para tomar decisões. Não podemos culpar Deus pelas coisas negativas que nos acontecem, pois Êle não predestinou qualquer delas. As decisões erradas que nós próprios  tomamos,  as influências do mundo em que vivemos, o desejo desenfreado da carne bem como as tentações e ataques de Satanás, essas são as coisas que devemos culpar pelas aflições e desastres que nos afectam. Deus não é culpado pelas calamidades do mundo. Não as determina ou causa.

A situação desordenada e pecadora em que a Terra se encontra, não constitui qualquer prova de que Deus tenha perdido autoridade ou não seja soberano. Êle tomou a decisão soberana de dar a toda  a gente livre arbítrio, bem assim como domínio sôbre o mundo. Se as pessoas o destruirem, Êle as julgará e portanto terá a última palavra sôbre o seu destino. Êle continua a ser a autoridade suprema no Universo. Êle é piedoso e paciente, mas a hora está a chegar em que julgará o mundo em justiça. O pecado e a injustiça não passarão sem castigo.

O reino de Satanás será completamente aniquilado, embora presentemente seja ainda abominável realidade.

O Rei no Reino de Deus

Jesus Cristo é o Juiz e o Rei no Reino de Deus (Salmo 2:6; Actos 17:31). A execução do Seu trabalho está intimamente relacionada com a luta entre os dois reinos e com a libertação do povo do poder de Satanás. Por isso há  duas vindas do Senhor Jesus à Terra – a primeira como Messias sofredor, para morrer em lugar dos pecadores e pagar a penalidade pelos seus pecados, e a segunda como Rei dos reis para manifestar pùblicamente o Reino de Deus no mundo.

Durante a Sua primeira vinda, o Senhor Jesus explicou e demonstrou claramente os princípios do Seu reino, mas disfarçou-Se por assim dizer na imagem de um servo e, portanto, não reinou como Rei sôbre Israel e o mundo. Aqui na Terra em território hostil, forneceu-nos o meio da salvação, que permite aos pecadores arrependidos aceitá-l’O como Salvador e lhes abre a porta de entrada para o eterno Reino do Céu (1 Pedro 2:21; 1 João 2:6).

Durante a Sua primeira vinda, Jesus indicou ser Deus e  Rei, e que vai haver uma dispensação futura de glória celestial na Terra, mas não Se revelou na capacidde gloriosa do Seu reino futuro. Isso apenas acontecerá durante a Sua segunda vinda. A obra redentora que Êle completou durante a primeira vinda, não conduziu ao estabelecimento público do Seu reino na Terra, mas apenas ao seu estabelecimento no coração dos crentes (Lucas 17:21).

Durante toda a dispensação entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, os Seus discípulos seguem o Cristo sofredor, que é rejeitado pelo mundo. Inevitàvelmente isso quere dizer, que nós seremos também rejeitados e perseguidos por um mundo perverso (João 15:18-20; 16:33). Todos os crentes têm de entrar no reino de Deus através de muitas tribulações (Actos 14:22; 2 Timóteo 2:3; 3:12; 4:5).

Quando Jesus vier pela segunda vez, será em poder e magestade, para revelar visìvelmente o Seu reino na Terra (Apocalipse 19:11-16). Em primeiro lugar destruirá o reino de Satanás, pois não pode haver co-existência aberta entre os reinos da luz e das trevas. As fôrças hostis de Satanás serão destruidas na batalha de Armagedon, o Anticristo e o Falso Profeta serão lançados vivos no lago de fôgo, e Satanás será preso e agrilhoado no pôço sem fundo por mil anos (Apocalipse 16:14,16; 19:19-21; 20:1-3).

“Então o sétimo anjo soou; E ouviram-se altas vozes no Céu dizendo: Os reinos dêste mundo tornaram-se os reinos do nosso Senhor e do Seu Cristo e Êle reinará para todo o sempre” (Apocalipse 11:15). Daniel afirma: “E nos dias destas coisas o Deus do Céu estabelecerá um reino que nunca será destruído” (Dan. 2:44).

Apenas então e não um momento sequer antes, o Reino de Deus será  revelado visìvelmente na Terra. A segunda vinda de Jesus está também associada à ressurreição de todos os crentes, e nós reinaremos juntamente com Êle no Seu reino  (2 Timóteo 2:12; Rom. 8:17). Seremos reis e sacerdotes e governaremos como reis com Cristo (Apocal. 1:6; 5:10; 20:4). Os maus têm de ser destruídos primeiro (Isa. 11:4; 13:9; 24:3-6), antes de Jesus instituir o Seu reino de justiça. Todos os  sobreviventes da grande tribulação vão aceitá-l’O como Rei e Salvador (Matt. 24:30).

Durante o milénio, Jesus reinará do trono de David em Jerusalém (Actos 15:16-17; Isa. 9:5- 6; 16:5). Na Terra prevalecerão a rèctidão e a  justiça (Salmo 45:7-10; Jer. 23:5). A lei do Senhor espalhar-se-á de Jerusalém e “Êle julgará entre as nações e admoestará muita gente; e transformarão as suas espadas em charruas e as suas lanças em podadoras; nação não levantará a espada contra nação, nem jàmais aprenderão a fazer guerra” (Isa. 2:3-4).  “Do aumento do Seu govêrno e da paz, não haverá fim  sôbre o trono de David… para o ordenar e estabelecer com julgamento e justiça” (Isa.9:7).

Durante êsse tempo todas as fortalezas de Satanás terão sido derrubadas, de maneira que êle não poderá seduzir as nações e levá-las à rebelião contra Deus. “Nessa altura Jerusalém será chamada O Trono do Senhor e todas as nações  se juntarão a ela, ao nome do Senhor em Jerusalém, e nunca mais andarão de acôrdo com a teimosia do seu mau coração” (Jer. 3:17). Zacarias diz: “Muitos povos e nações fortes virão para  procurar o Senhor dos Exércitos em Jerusalém e para orar perante o Senhor” (Zacarias 8:22). A nação salva de Israel será a primeira  das nações do mundo a ser admirada pelas suas vidas santas (Zacarias 8:23) e Jerusalém será uma bênção na Terra (Isa. 62:7).

Embora Satanás vá estar preso durante o próximo reino de paz de mil anos, “de maneira a não poder enganar mais as nações até ao fim desse tempo”, as nações  continuarão a ser de gente de natureza pecadora. Todos os membros das gerações futuras terão de ser evangelizados e salvos, para poderem ser membros do Reino de Deus. A sua falta de disciplina e de dedicação espiritual é parte da natureza humana não salva, o que fará com que tais nações tenham de ser governadas com um bastão de ferro (Apoc. 19:15).

Os santos glorificados que governarão com Cristo, também manterão rigorosa disciplina. O senhor Jesus diz aos seus discípulos fiéis: “E ao que vencer e guardar as minhas obras até ao fim, Eu   darei poder sôbre as nações; êle as governará com um bastão de ferro e serão quebradas como vasos de oleiro” (Apoc. 2:26-27).

No entanto, as condições prevalecentes durante o milénio, não significam ainda o fim da rebelião de Satanás contra o reino de Deus. No final  do reino de paz de Cristo na presente Terra, Satanás será posto em liberdade por um curto período de tempo, para mais uma vez enganar as nações (Apoc. 20:7-10). E então, todas as pessoas não salvas serão imediatamente vítimas da sua decepção, e participarão com êle na última grande rebelião contra o reino de Deus. Mas serão consumidos por fôgo vindo do céu e Satanás será lançado no lago de fôgo. Logo a seguir virá o julgamento final, em que todos os não salvos de todas as eras serão também condenados ao lago de fôgo (Apoc. 20:11-15).

Os actuais Céu e Terra deixarão de existir, e um novo Céu e uma nova Terra serão criados (2 Pedro 3:10; Apoc. 21:1). A nova Jerusalém descerá sôbre a Terra e será a eterna habitação dos santos, que estarão com o Senhor para sempre (Apoc. 21:2-3). “Não mais haverá morte, nem tristeza, nem lágrimas; e não mais haverá dôr, pois as coisas passadas deixaram de ser” (Apoc. 21:4). “De modo algum  entrará nesta cidade algo que contamine, ou cometa abominação ou mentira, mas apenas aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro” (Apoc. 21:27).

No novo Céu e na nova Terra nunca mais haverá qualquer forma de rebelião contra o eterno Reino de Deus.

A presente luta

É por demais óbvio, que presentemente não governamos como reis com Cristo. Os Filhos de Deus ainda não herdaram a Terra (Matt.5:5). Apenas depois do inimigo ter sido expulso por Deus “os mansos herdarão a Terra e se deleitarão na abundância de paz” (Salmo 37:11). Todos os cristãos se encontram ainda em território inimigo, o que explica sermos passageiros e peregrinos na Terra, durante a presente dispensação (1 Pedro 2:11). Neste mundo maligno devemos ser testemunhas de Cristo, pois encontramo-nos “no meio de uma geração tortuosa e perversa, no meio da qual  brilhamos no mundo como luzes” (Fil. 2:15).

Devemos lembrar-nos do facto que o mundo presente se encontra sob a  influência do Maligno (1 João 5:19) e que devemos resistir-lhe activamente, pedindo sempre ao mesmo tempo ao Senhor que nos livre do mal (Matt. 6:13). A oração é da maior importância nas nossas vidas diárias, visto enfrentarmos inúmeros problemas que não somos capazes de resolver sem a intervenção de Deus. Nós somos seres humanos falíveis, com limitados conhecimentos e poder e por tal motivo não devemos tentar conduzir as nossas vidas diárias sem nos dedicarmos activamente ao Senhor. Se não nos acautelarmos e orarmos sempre, seremos vítimas das tentações do inimigo, e assim ofenderemos o Espírito Santo (Efésios 4:30). O nosso pobre entendimento pode levar-nos a tomar decisões erradas, que nos podem prejudicar não só a nós, mas também a outras pessoas e ao Reino de Deus.

O facto de Satanás ter conseguido controlar o mundo, significa inevitàvelmente que êle vai continuar a estender as bases do seu poder,  para depois poder dirigir uma guerra em larga escala contra o Reino de Deus para o subjugar e destruir. Durante o próximo período da tribulação, todas as nações vão ser enganadas por demónios, para as levarem a juntar as suas fôrças militares em Israel para a luta contra o vindouro Messias. João refere-se a “demónios a  operar maravilhas, que saiem para os reis  da Terra e todo o mundo, para os juntar para a batalha dêsse grande dia do Deus Omnipotente… E êles juntaram-nos todos no lugar chamado em Hebraico Armagedon... E eu vi a besta, os reis da Terra e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra contra O que estava montado no cavalo e contra o Seu exército” (Apoc. 16:14,16; 19:19). Só então é que o poder de Satanás, do Anticristo e dos seus enganados seguidores será quebrado pela vinda de Cristo, que entrará no combate  montado num cavalo branco. Presentemente estamos numa fase decisiva da história mundial, que conduzirá a esta última grande batalha antes da vinda de Cristo.

Nessa altura Satanás está limitado no seu poder, visto que o Espírito Santo, que reside em nós, é maior que o que está no mundo (Satanás) – (1 João 4:4). Todos os verdadeiros cristãos são o templo do Espírito Santo e, como tal, são a luz de um mundo em trevas e o sal de uma Terra corrupta. Embora a verdadeira igreja possa desempenhar um papel moderador através do poder do Espírito Santo, isso não significa que podemos destronar Satanás e controlar o mundo, como o Movimento Transformador pensa poder fazer.  Nós continuamos a ser soldados de Cristo, e devemos vestir toda a armadura de Deus para nos mantermos de pé contra as artimanhas do Diabo (Efésios 6:11).

Lembremo-nos que Satanás usa todos os meios possíveis para enganar os cristãos e os sujeitar ao seu poder. Êle utiliza todos os métodos para os tornar infiéis ao Senhor, influenciando-os no sentido de os afastar da fé bíblica, e de se tornarem tão desiludidos que aceitem e adorem o falso messias quando êle vier. Não há um único aspecto da Religião Cristã que não esteja corrompido por êle, nos seus esforços para conseguir tal fim. As dez formas seguintes de decepção espiritual são bem conhecidas e estão a aumentar de intensidade quase diàriamente:

Falsos Jesus. A Pessoa e obra redentora do Senhor Jesus são distorcidas, ao negar-se a Sua divindade e nascimento virgem (2 Cor. 11:4). Para as pesoas enganadas, Êle não é o Cordeiro de Deus sem mácula, que oferece a única solução para a salvação à humanidade caída. Leitor, segue você o verdadeiro Jesus ou talvez um Jesus errado, cuja imagem foi falsificada por gente de má vontade? 

Espíritos falsos. O trabalho do Espírito Santo é imitado por espíritos enganadores de Satanás, que operam entre os crentes para os levar a acreditar em mentiras e a passar por experiências estranhas e não bíblicas (2 Cor. 11:4:  1 Tim. 4:1).

Um evangelho falso. Satanás faz todos os esforços para proclamar formas pervertidas do Evangelho de Cristo que êle sabe não contribuirem para a salvação de almas. (2 Cor. 11:4). Êle oferece às pesoas falsas fundações para a salvação, como a observância da lei, as boas obras, a predestinação, o batismo etc., ao mesmo tempo que nega a necessidade da regeneração com base na morte propiciadora de Cristo na cruz.

Falsa espiritualidade. A dedicação espiritual através da oração, do estudo bíblico, da fé e da vigilância, é substituida por uma espiritualidade mística, em que as pessoas praticam a meditação silenciosa (ou contemplação). A vã repetição de palavras (mantras), é utilizada para instilar uma consciência da presença de Deus nas pessoas. (Veja-se Matt. 6:7).

Prègadores falsos. Um grrande número de prègadores falsos anda a propalar mentiras entre os membros da igreja (2 Tim. 4:3-4) e até a negar abertamente a divindade e morte propiciadora de Cristo. (2 Pedro 2:1-2). Êles prègam em nome de Jesus, fazem milagres e livram de demónios, mas os seus ministérios foram falsificados e por conseguinte os seus poderes não provêm do Senhor (Matt. 7:22-23). E, devido à falsidade da sua religião, muitas pessoas perdem-se para sempre.

Igrejas falsas. Muitas igrejas cristãs já se desviaram de tal maneira da verdade, que o Senhor Jesus repreende-as dizendo: “Tenho isto contra ti, que tu abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te portanto de onde caiste; arrepende-te e faz as primeiras obras, senão Eu virei sùbitamente até ti e tirarei do seu lugar o teu candelabro – a não ser que te arrependas” (Apocal. 2:4-5). A outra igreja falsa Êle diz: “Porque tu estás morna… cuspir-te-ei da minha boca. Porque tu dizes eu sou rica, tenho abastança e não preciso de nada, e não reconheces que estás desgraçada, miserável, pobre, cega e nua” (Apocal. 3:16-17).

Falsa santidade. Existe um tipo de hipócritas que se preocupa apenas com a aparência exterior, sem ter os corações transformados no mínimo  pelo Evangelho de Cristo (Matt. 23:27). Êles possuem apenas uma parecença de santidade por praticarem uma religião falsa (2 Tim. 3:5). Tais pessoas servem sem convicção o Senhor, pois na realidade em nada Lhe pertencem (Matt. 15:8-9). Também fecham o caminho do Céu a outros, para lá não poderem entrar (Matt. 23:13), o que está perfeitamente de acôrdo com o plano de decepção de Satanás. O Senhor diz aos hipócritas: “Vós sois daqueles que se justificam perante os homens. Mas Deus conhece os vossos corações. Pois o que é altamente estimado entre os homens constitui abominação aos olhos de Deus” (Lucas 16:15).

Falsos reavivamentos. Sinais e maravilhas são usados para criar uma impressão falsa de reavivamento entre aqueles que já foram enganados. Jesus avisou que êste fenómeno havia de aumentar no tempo do fim: “Muitos falsos profetas vão aparecer e enganarão muitos … Êles mostrarão grandes sinais e maravilhas, de maneira a enganar se possível, mesmo os próprios eleitos” (Matt. 24:11,24). Isso é feito em preparação para o aparecimento do Anticristo e do Falso Profeta, que também usarão sinais e maravilhas para enganar as pessoas (2 Tessal. 2:8-9; Apoc. 13:13; 19:20).

Identidades falsas. Satanás é especialista em dar às pessoas um falso sentido de identidade, de forma a verem-se diferentes daquilo que na realidade são. Entre tais grupos contam-se os ‘Israelitas Britânicos’, que pensam erradamente que descendem das chamadas ‘Dez Tribos Perdidas de Israel’ e que apenas israelitas brancos podem ser salvos. Muitas igrejas também concluem erradamente, que são o “Israel espiritual” e, por tal motivo, não reconhecem o Israel real, que está agora a ser restaurado na sua terra.

Uma expectativa falsa do futuro. O Diabo opõe-se fortemente ao arrebatamento pre-tribulação, pois sabe que os crentes que estão à espera do Senhor Jesus estão a obedecer aos Seus mandamentos e a preparar-se para comparecer perante Êle, santos e sem mácula (1 João 3:3; 1 Tessal. 3:13; 5:23-24). Em vez dêste panorama, o Diabo dá às pessoas a expectativa de um messias universal de todas as fés, que instituirá na Terra uma nova ordem mundial de unidade religiosa, política e económica. Mesmo os cristãos que compreendem dever rejeitar o Anticristo mas acreditam que apesar disso vão estar cá durante o seu govêrno, estão a preparar estratégias de sobrevivência para os tempos difíceis que estão para vir. Isso é um exercício fútil, nascido da interpretação errada das profecias bíblicas. Tal ponto de vista priva-nos da alegre expectativa da vinda do Noivo Celestial, e confronta a congregação-noiva com uma tribulação como nunca se viu na Terra (Matt. 24:21). Nós devemos ter a expectativa de Cristo e não a expectativa do Anticristo.

Não foi sem boas razões que o Senhor Jesus avisou os Seus discípulos: “Tende cuidado que ninguém vos engane” (Matt. 24:4). 

Conclusões

Enquanto somos testemunhas de Cristo aqui na Terra, num ambiente caracterizado pelo reino de Satanás, nós devemos conduzir as nossas vidas como peregrinos a caminho do nosso destino celestial. Nós residimos aqui temporàriamente, porque não pertencemos ao reino das trevas. “A nossa cidadania é no Céu de onde esperamos ansiosamente a vinda do nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fil. 3:20). Nós somos filhos da luz que esperam pela revelação do Reino de Deus (Col. 3:4). Nós resistimos ao Diabo e juntamo-nos a Paulo que diz: “O Senhor vai libertar-me de toda a obra má e vai guardar-me para o Seu reino celestial (2 Tim. 4:18).

O Senhor controla o destino dos crentes, porque as nossas vidas estão na Sua mão. Mas isso não altera o facto de estarmos a viver no meio de um reino hostil, que exerce influências definitivas sôbre nós. E essa é precisamente a razão por que temos de passar por  muitas tribulações antes de entrarmos no Reino de Deus.

Nós temos de enfrentar de caras esta realidade e não nos ocuparmos com fantasias, típicas dos teólogos que argumentam que o Reino de Deus deve ser estabelecido e revelado na Terra antes  da segunda vinda de Cristo. E devemos compreender que a batalha vai aumentar de intensidade, pois estamos a viver próximo do arrebatamento da verdadeira igreja e da revelação do Anticristo.

Satanás está preparado para roubar à igreja o seu poder e dedicação a Cristo, porque êste corpo divino age como entidade-travão da subida ao poder do Anticristo e da realização dos planos de Satanás para a revelação completa do seu reino no final dos tempos. Êle engana os crentes levando-os a cometer pecado, desencoraja-os e leva-os à sonolência e à inactividade espiritual. O amor de muitos arrefece porque a anarquia abunda (Matt. 24:12). A Pessoa e obra de Cristo são também atacadas pùblicamente e o evangelho da salvação posto em dúvida, tudo isto conduzindo a um afastamento da fé em larga escala entre os crentes (1 Tim. 4:1). Esta é uma situação muito grave: “Quando o Filho do Homem vier encontrará Êle fé na Terra?” (Lucas 18:8).

Quando o Rei vier, Êle destruirá os Seus inimigos, salvará o resíduo de Israel e das nações, restaurará o trono de David em Jerusalém e governará com os Seus santos. Então terá chegado o Reino de Deus  não só aos nossos corações, mas também pùblicamente ao mundo inteiro, “Pois a Terra estará cheia do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Isa. 11:9).