Duas Gerações Importantes

Prof. Johan Malan, Middelburg, África do Sul  (Janeiro 2007)

Com referência ao período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, a Bíblia descreve com clareza uma primeira e uma última geração, elevadas em importância muito acima de todas as outras gerações da presente dispensação. O grande significado destas duas gerações está relacionado com os acontecimentos importantes que ao tempo estavam (e estão) destinados a acontecer durante o seu tempo.

Uma vez que já estamos fundo dentro da última geração, torna-se imperativo que obtenhamos clareza absoluta àcerca destes períodos. O Senhor Jesus espera de nós que tomemos conhecimento dos acontecimentos nas duas gerações, pois Êle deu-nos a garantia solene que o dia não terminaria sem que todas as profecias com êles relacionadas se cumprissem.

A primeira geração

O Messias  visitou Israel durante a primeira geração. Êle chamou e treinou discípulos para proclamarem em toda a parte a mensagem da Sua graça salvadora.No entanto Israel, como nação, rejeitou Jesus como Messias, traíu O e entregou-O às autoridades romanas para ser crucificado. Mas êste acontecimento foi para benefício de todo o povo, visto que Jesus deu a Sua vida para pagar a penalidade pelo pecado de todo o mundo. Devido à Sua morte substitutiva, todos aqueles que se arrependam dos seus pecados e acreditem n’Êle como seu Salvador, são salvos (Romanos 5:10; Efésios 1:7). Três dias depois da crucificação de Jesus Êle ressuscitou dos mortos e 40 dias depois subiu ao Céu. E, depois da Sua ascenção, o Espírito Santo foi derramado para iniciar o tempo da evangelização do mundo. Durante os séculos seguintes, a mensagem dos acontecimentos ocorridos durante a primeira geração seria proclamada a todos os povos da Terra.

O facto de Israel ter rejeitado Jesus como Messias durante esta geração inaugural, deu origem a uma dispensação transitória, da dispensação de Israel para a dispensação da igreja. Israel foi afastado pouco a pouco como testemunha especial de Deus, enqunto que a igreja foi encarregada de proclamar a mensagem do evangelho entre todas as nações. Esta primeira geração não passaria, enquanto a igreja de Cristo não fôsse estabelecida entre os gentios, Jerusalém e o templo não fôssem destruidos e Israel não fôsse disperso entre as nações.

A última geração

Durante a última geração, Israel e a sua cidade, Jerusalém, são  restaurados. Nesta geração são feitas várias alterações dispensacionais para pôr fim às dispensações anteriores e introduzir outras novas de harmonia com o conselho de Deus: A dispensação da igreja acabará com o arrebatamento, depois do que se seguirá a dispensação do reino de sete anos do Anticristo. Depois Cristo regressará, para estabelecer a dispensação do Seu reino milenário na Terra. O Israel fìsicamente restaurado será reavivado espiritualmente, gosando então grande estima internacional durante o reino messiânico estabelecido no final da última geração. Esta geração constituirá transição para grandes e maravilhosos acontecimentos no plano de Deus para a humanidade.

Como se devem compreender estas gerações?

Há diferentes definições do conceito “geração”, que dependem do contexto em que a Bíblia utiliza esta palavra. Nas línguas originais, a palavra “geração” refere-se muitas vezes a um grupo de pessoas – um grupo de pessoas aparentadas, uma tribo ou vários outros grupos de características específicas, como “uma geração rebelde” (Lucas 11:29). Contudo noutros casos “geração” refere-se a um grupo da mesma idade numa determinada sociedade, tribo ou nação. Nesta aplicação do termo existe uma cronologia de gerações, pois as gerações mais novas seguem-se às gerações mais velhas. É neste contexto que Mateus 1:17 diz: “Assim, todas as gerações  de Abraão a David são catorze gerações…” No decorrer dos tempos, gerações sucessivas nascem e morrem entre o mesmo povo ou nação.

Quando se considera o período total de vivência de uma geração desde o seu nascimento, sugere-se um período de cêrca de 70 anos (Salmo 90:10). Por outro lado, uma geração adulta representa um período de 40 anos – isto é, entre as idades de 30 e 70 anos. O exemplo clássico de uma geração inteira incluindo a sua parte adulta de 40 anos, é a geração do rei David: “David tinha trinta anos de idade quando começou a reinar e  reinou 40 anos” (2 Sam. 5:4).

Os sacerdotes levíticos só podiam assumir os seus cargos com a idade de 30 anos (Numer. 4:3), assim como mais tarde os legistas. Assim Jesus, como Judeu, só começou o Seu ministério depois de atingir a idade de 30 anos (Lucas 3:23).  

Muitas vezes Deus dirige-se apenas à geração adulta, pois essa geração é responsável perante Si pelas suas acções e decisões. Em Números 32:13, lemos: “A ira do SENHOR ergueu-se contra Israel, fazendo-os deambular pelo deserto quarenta anos, até toda a geração desaparecer que tinha procedido mal aos olhos do SENHOR”. Enquanto que todos os membros dessa geração adulta (com excepção de Josué e Caleb) morreram no deserto, a geração seguinte atingiu a idade adulta e conquistou a Terra Prometida.

Profecias cumpridas durante a primeira geração

Embora não saibamos ao certo a data do nascimento de Jesus, no entanto os primeiros 70 anos da dispensação cristã representam a primeira geração. Esta geração começou com um nascimento que tinha sido profetizado centenas de anos antes. Um anjo do Senhor disse a José: “José, filho de David, não tenhas receio de tomar Maria como tua esposa, pois o que está concebido nela é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e chamar-Lhe   ás Jesus, pois Êle salvará o Seu povo dos seus pecados. Agora, tudo isto foi feito para que se cumprisse o que o Senhor tinha dito através do profeta dizendo: “Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho a quem chamarão Imanuel, que traduzido quere dizer “Deus connosco” (Mat. 1:20-23; Isaías 7:14).

Durante a parte adulta da primeira geração, isto é, entre os anos 30 e 70 AD, notaram-se grandes e decisivos acontecimentos para toda a raça humana. “O próprio Jesus começou o Seu ministério à idade de cêrca de 30 anos”. Pouco depois da Sua rejeição e crucificação final por Israel, Jesus disse aos dirigentes judeus que a destruição de Jerusalém e a dispersão de Israel da sua terra, teriam lugar durante aquela geração (de 0 a 70 ou, mais espefìficamente, a geração adulta entre 30 e 70 AD). Êle disse:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! …Vós sois filhos daqueles que assassinaram os profetas. Enchei pois a medida da culpa dos vossos pais. Serpentes, ninho de víboras! Como podeis escapar a condenação do inferno? Portanto eis que Eu vos envio profetas, homens sábios e escribas. Alguns deles vós matareis e crucificareis e outros vós açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade, para que sôbre vós (os contemporâneos de Jesus) caia todo o sangue justo que foi derramado sôbre a terra, desde o sangue do justo Abel, ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que vós assassinastes entre o templo e o altar. Em verdade vos digo que todas estas coisas hão-de vir sôbre esta geração. Ó Jerusalém Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quiz juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintaínhos debaixo das asas, mas tu não quizeste! Eis que a vossa casa vai ficar deserta! (Mat. 23:29-38; ênfase acrescentado; Lucas 19:41-44; Deut. 28:52,64).

Esta importante profecia cumpriu-se em 70 AD, quando Jerusalém foi destruida pelos romanos, e os judeus sobreviventes foram levados como prisioneiros de guerra. O facto de o Senhor Jesus ter prometido solenemente que estas profecias se cumpririam durante a geração a quem Êle se dirigia, constitui prova sólida de que os que O ouviam deviam compreender o significado da plavra “geração”. Era uma geração cronológica que, òbviamente, tinha um princípio e um fim, e que não passaria enquanto as profecias importantes pronunciadas a seu respeito se não cumprissem.

O período intermédio

Entre a primeira e a última gerações da dispensação cristã, passou muito tempo. Êste período é chamado “o tempo dos gentios”, que é o tempo da evangelização do mundo (Rom. 11:25). Durante êste tempo, Jerusalém seria espesinhada, enquanto que Israel se espalharia entre todas as nações da Terra. O Senhor Jesus descreveu êste período intermédio depois da queda de Jerusalém, da seguinte maneira: “Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, então sabei que a sua desolação está próxima. Então que os que estão na Judeia fujam para as montanhas, e os que estão no meio dela partam, e que os que estão nos campos não entrem nela. Pois estes são os dias da vingança, em que as coisas que estão escritas se cumprirão. E ai daquelas que estão grávidas e daquelas mães que amamentam nesses dias! Porque haverá grande confusão na terra e ira sôbre êste povo. E cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações. E Jerusalém será pisada por gentios até ao fim do tempo dos gentios” (Lucas 21:20-24 ênfase acrescentado).

Assim, Jerusalém seria espesinhada através dos séculos, com Israel no exílio e o tempo dos gentios em curso. Embora judeus individuais sejam salvos aceitando Jesus como Messias, a nação judaica no todo continua na sua cegueira espiritual. Paulo diz que “o endurecimento veio em parte sôbre Israel, até ter entrado a plenitude dos gentios” (Rom. 11:25). Depois disto, Israel será salvo. Jesus também se referiu a uma altura no futuro, em que Israel mudará a sua opinião a Seu respeito e O aceitará como Salvador: “Não mais Me vereis até dizerdes Abençoado Aquele que vem em nome do Senhor” (Mat. 23:39).

Torna-se portanto claro, que no período intermédio Israel não foi rejeitado por Deus e substituído pela igreja. Deus diz na Sua Palavra: “No entanto por tudo isso, quando êles estiverem na terra dos inimigos Eu não os abandonarei nem os aborrecerei para os destruir por completo, assim quebrando o Meu acôrdo com êles; pois Eu sou o Senhor seu Deus. E, para bem deles lembrarei o acôrdo com os seus antepassados, que Eu tirei do Egipto aos olhos de todas as nações, para Eu ser o seu Deus: Eu sou o Senhor” (Lev.26:44-45).

Vai haver definitivamente um fim para o tempo da evangelização mundial e da diápora de Israel, visto que Jerusalém só deve ser pisada pelos gentios até se cumprir o tempo dos gentios. Da mesma maneira que de facto houve uma primeira geração na dispensação cristã, em que Jesus pagou o preço pelos pecados do mundo e enviou os discípulos a proclamar a Sua mensagem a todas as nações (Lucas 24:46-47, Actos 1:8), assim também haverá uma última geração em que Êle regressará para glorificar os justos e punir os iníquos. Estas duas gerações também estão relacionadas com a dispersão internacional e final restauração de Israel. Na primeira geração, o povo israelita foi disperso para fora da sua terra, e na última geração está a ser progressivamente restaurado – em primeiro lugar fìsicamente e depois também espiritualmente.

Profecias sôbre a última geração

A última geração também começou com um nascimento, que foi o nascimento do Israel moderno em Maio de 1948, como povo restaurado à sua própria terra. Isto fornece-nos um ponto de partida fixo para uma geração que terminará em Maio de 2018. Há várias profecias sôbre a restauração de Israel do seu exílio internacional: “Assim diz o Senhor Deus: “Eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde quer que tenham ido, e os juntarei de todas as partes e os levarei à sua terra” (Ezeq. 37:21). O Senhor “levantará uma bandeira entre as nações e juntará dos quatro cantos da Terra os desterrados de Israel e os dispersos de Judá” (Isaías 11:12). “Os dias estão perto – diz o Senhor – em que porei fim ao cativeiro do meu povo Israel e Judá, e os farei voltar à terra que dei a seus pais e a possuirão” (Jer. 30:3).

Depois da restauração de Israel em Maio de 1948, a nação israelita cresceu mais, para se fortalecer para reconquistar a Velha Cidade de Jerusalém e a área da Margem Esquerda (West Bank), que estavam aínda sob o contrôlo da visinha Jordânia. Isso aconteceu durante a Guerra dos Seis Dias em Junho de 1967. Do ponto de vista bíblico, nessa altura o jóvem estado aínda não tinha atingido maturidade política pois não tinha aínda 30 anos. Êsse ponto marcante foi atingido em 1978, data que também introduziu a última geração adulta de 40 anos. Pouco depois, em Agosto de 1980, Jerusalém foi restaurada à sua posição bíblica, e declarada a eterna e indivisível capital de Israel. O primeiro ministro transferiu nessa altura os seus escritórios de Tel Aviv para Jerusalém.

Encontramos indicações do nascimento da última geração completa e do início da última geração adulta, nas palavras de Cristo em Lucas 21. O começo do rebentar da figueira (Lucas 21:29-30) simboliza o nascimento do moderno estado de Israel em 1948 (veja-se Oséas 9:10), enquanto que o fim do espesinhar de Jerusalém pelos gentios (Lucas 21:24) se refere ao princípio da última geração adulta. Esta geração começou em 1978, quando Israel tinha 30 anos, o que abriu caminho à restauração política de Jerusalém em 1980 como capital da nação.

O Senhor Jesus referiu-se claramente à última geração de grande ansiedade em Israel, nas Suas palavras em Lucas 21. No final dessa geração Êle vai regressar: “Jerusalém será pisada pelos gentios até ao fim do tempo dos gentios. E haverá sinais no céu, na lua e nas estrelas; e na Terra confusão entre as nações, perplexidade, o mar e as ondas rugindo…E então verão o Filho do Homem descer nas nuvens com poder e grande glória… De verdade Eu vos digo, esta geração não passará de forma alguma enquanto se não cumprirem todas as coisas  (Lucas 21:24-32 – ênfase acrescentado).

A última geração só podia começar depois do longo período em que Israel estava disperso, e Jerusalém era pisada pelas nações. No princípio da última geração, a posição de Israel voltou àquilo que tinha sido séculos antes, no final da primeira geração. Em 70 AD, a nação foi dispersa para fora da sua  terra, mas em 1948 começou a regressar a ela. Em 70 AD, Jerusalém era apenas parcialmente uma capital judaica, pois o governador romano era a autoridade suprema da cidade. Em 1948 Israel apenas controlava a parte nova de Jerusalém e estava afastado da Velha Cidade, que é a Jerusalém bíblica.

Outras fases da restauração de Israel na última geração, são a total libertação de Jerusalém e também o Tempo do sofrimento de Jacob (o período da tribulação – Jer. 30:7; Mat. 24:21), que prepararão a cena para o reavivamento espiritual do país. A tribulação de sete anos constituirá o cumprimento do septuagésimo ano-semana de Daniel, na história da salvação de Israel (Daniel 9:27). No final dêste ano-semana, os pecados de Israel serão perdoados, e prevalecerá para êles como nação, a rectidão eterna (Dan. 9:24). Isso será também o fim da última geração do período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. E então, Êle descerá sôbre o Monte das Oliveiras, Israel será reconciliado com Êle, terá lugar o julgamento das nações, e o reino milenário de Cristo será estabelecido em Jerusalém. 

Deve ter-se em mente, que Israel foi espalhado para fora da sua terra e da sua capital por causa de não acreditar no Messias (Mat. 23:37-38). Do ponto de vista do Messias no entanto, apesar da sua restauração no fim do tempo para a sua terra, Israel continua agnóstico; consequentemente, a sua restauração física e política não quere dizer que a presente geração tenha encontrado favor especial aos olhos do Senhor e se tenha já reconciliado com Êle: “Portanto dizei à casa de Israel, assim fala o Senhor Deus: ‘Eu não faço isto por  vós, ó casa de Israel, mas por causa do Meu santo nome, que vós profanastes onde quere que fosteis entre as nações… Eu vos trarei de entre as nações, juntando-vos de todos os países e trazendo-vos para a vossa terra. E então aspergirei água pura sôbre vós e ficareis limpos…dar vos-ei um novo coração… (e) porei o Meu Espírito dentro de vós (Ezeq. 36:22-28).

O Senhor não justifica Israel na sua presente condição, e afirma que os juntará no meio de Jerusalém, para soprar sôbre êles o fôgo da Sua ira, e os purificar e refinar (Ezeq. 22:19-22). Devido à sua descrença, estão a caminho de uma época de tribulação sem precedentes sob a égide do falso messias, que vão preferir a Jesus (João  5:43). Haverá um resíduo de Israel que será salvo apenas no final do período da tribulação (Jer. 30:7; Rom. 9:27). Quando o Senhor Jesus descer sôbre o Monte das Oliveiras, todo o resíduo de Israel olhará para Êle a quem trespassaram e chorará amargamente por Êle (Zac. 12:10).

O regresso públicco do Senhor Jesus sôbre o Monte das Oliveiras em Jerusalém (Zac.14:4-5) ocorrerá no fim do período da tribulação. Isto significa, que a tribulação de sete anos sob o mando do Anticristo forma parte da última geração. Quando Cristo vier de novo, Êle destruirá os Seus inimigos na batalha de Armagedon (Apocal. 16:13-16) e lançará o Anticristo  e o falso profeta vivos no lago de fôgo (Apocal. 19:19-21; 2 Tessal. 2:8). No seu discurso profético, Cristo também confirmou que a Sua vinda pública ocorrerá imediatamente a seguir à grande tribulação.

“Haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem nunca mais haverá…imediatamente a seguir à tribulação desses dias o Sol escurecerá, a Lua não dará luz, as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados.Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem e todas tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem descer nas nuvens com poder e grande glória” (Mat. 24:21, 29-30).

Uma vez que a tribulação de sete anos, independentemente do reino de terror do Anticristo, vai ser também um julgamento de Deus sôbre os membros não-salvos de Israel e das nações, todos os verdadeiros crentes serão levados pelo Senhor antes do início do período da tribulação. Jesus avisou os Seus discípulos no sentido de serem dignos e santos para essa ocasião: “Cuidai portanto, e orai sempre que sejais considerados dignos de escapar todas estas coisas que vão acontecer e assim possais apresentar-vos perante o Filho do Homem” (Lucas 21:36; 1Tessal. 4:16-17; 5:23).

Para os discípulos fiéis do Senhor Jesus, a última geração não se pode completar aqui na Terra, pois êles definitivamente não vão ser o objecto da ira de Deus durante o período da tribulação. Paulo diz que nós devemos “esperar pelo Filho (de Deus), do céu, que Êle ressuscitou dos mortos, o próprio Jesus, que liberta da ira que está para vir” (1 Tessal. 1:10). Nós não estamos destinados à ira de Deus durante os sete anos da tribulação  (1Tessal.5:9). De facto, a verdadeira igreja de Cristo é o templo do Espírito Santo e, como tal, é um travão que tem de ser primeiro tirado do caminho antes do Anticristo poder ser revelado (2 Tessal. 2:6-10).

No Seu discurso em Lucas, Cristo referiu-se à redenção que vai ocorrer logo ao princípio do tempo dos sofrimentos: “Agora, quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças e olhai para o alto, pois  a vossa redenção está próxima” (Lucas 21:28). Nós não esperamos primeiro pela revelação do Anticristo ou pelo aparecimento visível de Jesus no Monte das Oliveiras, mas sim pela vinda secreta do Noivo Celestial, que arrebatará a Sua Noiva para a sua mansão no céu. O Anticristo só então pode ser revelado, porque aquilo que impedia a sua revelação terá sido tirado do caminho. O aparecimento público do Senhor Jesus ocorrerá depois de outros sete anos.

Períodos de transição

Ambas estas gerações são períodos de transição, durante os quais Israel e a igreja co-existem por certo tempo, enquanto um abre o caminho para o outro. Durante a primeira geração, registou-se uma transição de Israel para a igreja, Israel desaparecendo pouco depois da sua terra como realidade visível.

Os dois grupos co-existem de novo durante a última geração. Agora é Israel que se encontra numa fase de restauração, enquanto a igreja se prepara para ser removida da Terra por meio do arrebatamento. Depois disso, um resíduo crente de Israel será restaurado espiritualmente, para desempenhar o seu papel no reino de Deus: “Israel renovar-se-á e florirá e encherá a Terra de fruto” (Isaías 27:6). O Messias reinará sôbre toda a Terra a partir do trono restaurado de David em Jerusalém (Jer. 3:17; Actos 15:16-17), e Israel salvo será honrado por todas as nações: “Sim, muitos povos e nações fortes virão procurar o Senhor dos exércitos em Jerusalém e orar ao Senhor… Nesses dias dez homens de cada língua das nações agarrarão a manga de um judeu, dizendo-lhe: ‘Deixa-nos ir contigo, pois ouvimos dizer que Deus está convosco” (Zacar. 8:22-23).

Antes dêste abençoado tempo chegar, a última geração deve atingir o seu ponto de consumação, na altura em que todo Israel fôr salvo (Rom. 11:25-27).

Um acôrdo com o Anticristo

O Anticristo assinará um acôrdo com Israel e com as nações por sete nos, que conduzirá ao período da tribulação (Dan. 9:27). A grande pergunta é se êste acôrdo coinciderá com o cíclo restaurado de anos-semanas de Israel. Se assim fôr, então o ano-semana de Setembro de 2008 ao Rosh Hashanah de 2015 é o último que pode ser completamente acomodado dentro do plano da última geração. Se não coincidirem, êste acôrdo de sete anos não pode de qualquer modo ser assinado mais tarde que em 2011, uma vez que a última geração expira em 2018. Nós vivemos numa geração que, de acôrdo com Cristo, não passará enquanto tudo não se cumprir, incluindo a Sua segunda vinda depois dos sete anos de tribulação. Podemos contar com isso!

Uma festa de Israel que também tem de se cumprir é a festa do Jubileu. Depois de cada sete anos-semana, celebra-se o Jubileu no 50º ano (Lev. 25:8-10). O 50º ano é o primeiro ano de um novo ano-semana, e tal festa será celebrada quando o Messias regressar. Visto que os judeus vão aceitar erradamente o falso messias como sendo o verdadeiro Messias (João 5:43) êles vão celebrar um jubileu no início do seu reino de sete anos. No meio da semana vão descobrir o seu terrível êrro, revogarão o contrato assinado e fugirão para o deserto, pois o Anticristo vai tentar aniquilar todos os judeus (Mat. 24:15-27; Apocal. 12:13-14).

O verdadeiro Messias virá no fim do ano-semana em que o Anticristo reinou no mundo (Apocal. 13:7). E então Israel reconciliar-se-á com Êle (Zac. 12:10-11;  13:8-9) e de novo anunciará um ano de Jubileu – desta vez no devido lugar.

Nós temos a garantia certa, que a última geração não expirará antes de Jesus nos arrebatar e êsse dia não pode estar muito distante. Vai-se tornar evidente em breve, se o presente ciclo de anos-samanas de Israel desempenhará um papel nos acontecimentos do tempo do fim, como por exemplo a revelação do falso messias e a vinda do verdadeiro Messias. Se assim fôr, então o próximo ano-semana não poderá passar sem cumprimento.

O Senhor não nos revelou em qualquer profecia, o dia ou a hora da Sua vinda, mas mencionou uma geração que não passaria enquanto se não cumprisse tudo o previsto. Ao recebermos mais luz na interpretação das profecias bíblicas, e particularmente no que se refere ao ponto de partida para a última geração, nós temos a obrigação de firmar a nossa expectativa do futuro nesta base cronológica. As palavras e promessas de Jesus Cristo não podem manter-se sem cumprimento. Como seres humanos imperfeitos, nós podemos cometer êrros de julgamento na interpretação das profecias bíblicas. Mas seria um êrro aínda mais grave escondermo-nos por tràs de ignorância negligente, alegando que não temos qualquer indicação concreta do mapa e curso dos contecimentos do tempo do fim, no âmbito de una geração. As afirmações nas palavras proféticas de Jesus Cristo são demasiado claras e ineqúivocas para isso acontecer.

Dai atenção à palavra profética

 

Nós não devemos espiritualizar, distorcer ou ignorar a palavra profética, pois então Jesus Cristo pode acusar-nos como acusou aqueles que não deram atenção aos sinais da Sua primeira vinda, bem como aos acontecimentos dessa primeira geração: “Quando vocês vêem uma nuvem a levantar-se no Ocidente, dizeis imediatamente, Vamos ter chuva; e assism acontece. E quando vedes soprar o vento sul dizeis, Vamos ter tempo quente; e assim acontece. Hipócritas! Sabeis discernir a face do céu e da terra, mas como é que não discernis êste tempo?“ (Lucas 12:54-56).

Leitores:  De uma perspectiva bíblica, estais a discernir o significdo do tempo em que vivemos? Reparais como o mundo está a passar por uma repetição do tempo de Noé e de Lot, em que um cultura de violência e homosexualidade (sodomia) são a ordem do dia? (Gen. 6:13; 19:1-14; Lucas 17:26-30)? Tendes conhecimento dos preparativos em curso para a revelação do Anticristo, que unirá as nações para seu próprio mal de maneira que êle, o homem do pecado, imporá o seu poder iníquo a todo o mundo? (2 Tessal. 2:3-4; Apocal. 13:7). Como é que estais a reagir a êstes acontecimentos?

Se estais salvos e o Espírito de Deus reside em vós, (2Tessal. 2:6-12; 1 João 4:1-6), vós estareis entre os travões de oposição à emergente nova ordem mundial do Anticristo. Sereis dignos de escapar à sua decepção em massa e subsequente reino de terror, e de vos apresentardes perante o Filho do Homem. Se não fordes guiados pelo Espírito de Deus, sereis altamente impressionados pelas presentes reformas e liberdades humanas sem restrição, e assim ajudareis a preparar o caminho para o Anticristo. Os julgamentos da última geração cairão sôbre vós, na forma da tribulação de sete anos, que conduzirá à batalha de Armagedon.

Durante a primeira geração houve uma fuga para os verdadeiros discípulos do Senhor, antes de Deus julgar Jerusalém e os habitantes que rejeitaram o Messias e de os entregar aos seus inimigos (Lucas 21:20-24). Na última geração os verdadeiros crentes escaparão a cena da ira divina, pouco antes do mundo anti-cristão ser entregue à ditadura do Anticristo (Apocal. caps. 6 a 19).

Com o arrebatamento  dos cristãos, é honrado o pricípio bíblico que Deus nunca julga os verdeiros crentes (João 5:24; Rom. 8:1; 1Tessal. 1:10; 5:9). Nós somos rejeitados e perseguidos por um mundo vil, mas isto não constitui julgamento de Deus – nós não estamos destinados à ira divina. Como Noé, Lot e seus companheiros crentes escaparam fìsicamente aos julgamentos divinos do seu tempo, e os crentes messiânicos receberam ordem de abandonar Jerusalém pouco antes da sua destruição, nós também recebemos o comando de olharmos e orarmos para que sejamos considerados dignos de escapar aos julgamentos mundiais da última geração (Lucas 21:36).

Confiai no Senhor para uma santificação completa, para que, como membros da congregação noiva de Cristo, possais ser arrebatados para os lugares celestiais (1 Tessal. 4:16-17; 5:23-24; 1 João 3:2-3). MARANATHA!