Prof. Johan Malan, Middelburg, South Africa, (Março 2007)
Paulo deu certas instruções a Timóteo sôbre a maneira de se manter fiel a Cristo, à Palavra e ao seu chamamento como evangelista. Tais instruções incluem a firme resolução de prègar a verdade, mesmo perante severa oposição da parte de falsos professores afastados da verdade. O apóstolo lembra-lhe o facto de êle ser responsável perante o Senhor Jesus, que o julgará de acôrdo com a maneira como conduziu os trabalhos do seu ministério:
“Portanto, eu ordeno-te perante Deus e o Nosso Senhor Jesus Cristo, que vai julgar os vivos e os mortos quando aparecer no Seu reino: Que pregues a Palavra! Que estejas pronto em todas as ocasiões. Convence, admoesta, exorta com toda a paciência e ensino. Pois o tempo virá em que não vão continuar em doutrina sólida mas, conforme os seus próprios desejos e por terem ouvidos com comichão, vão amontoar para si professores; e afastarão os ouvidos da verdade agarrando-se a fábulas. Mas tu, dá atenção a todas as coisas, aguenta as aflições, faz o trabalho de um evangelista, sê fiel ao teu ministério” (2 Tim. 4:1-5).
A “Bíblia Viva” traduz esta secção como segue:
“Peço-te solenemente perante Deus e perante Jesus Cristo – que vai julgar os vivos e os mortos quando aparecer para instalar o Seu reino – que pregues a Palava de Deus com urgência em todas as alturas, sempre que tenhas oportunidade, quando te fôr conveniente e quando não fôr. Corrige e admoesta o teu povo quando fôr necessário, e encoraja-o a fazer o bem, alimentando-o sempre com paciência com a Palavra de Deus. Pois o tempo virá em que as pessoas não darão ouvidos à verdade, mas procurarão mestres que lhes ensinarão apenas o que desejam ouvir. Não vão dar atenção ao que a Bíblia diz, e seguirão alegremente as suas erradas ideias. Mantem-te firme e não tenhas medo de sofrer pelo Senhor. Traz outros a Cristo. Não deixes por fazer nada do que deves fazer”.
Em primeiro lugar e acima de tudo, é lembrado a Timóteo que é responsável perante Jesus pela maneira como conduz o trabalho do seu ministério. Que Cristo, o juiz dos vivos e dos mortos, disse: “Olhai, Eu venho cedo e o Meu galardão está Comigo, para dar a cada um de acôrdo com as suas obras” (Apocal. 22:12). Nós temos data marcada para nos apresentarmos perante o Seu trono de juiz e portanto devemos continuar-Lhe sempre fiéis.
No entanto, nós estamos a viver numa época que a Bíblia descreve como a grande apostasia. Um ponto central do processo de apostasia é a negação do nascimento virgem e da divindade do Senhor Jesus. Estamos assim a enfrentar um desafio definido a mantermo-nos fiéis ao Poderoso Salvador, que é não só o Filho de Deus, mas também o Próprio Deus. O Deus Triune da Bíblia é-nos revelado como Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. 1 João 5:7 diz: “Há três que dão testemunho no céu: O Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”.
O Senhor Jesus é a Palavra que se fez carne e viveu entre nós, e nós vimos a Sua glória, a glória como o unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1:14). Êle existe desde toda a eternidade: “No princípio existia a Palavra, a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (João 1:1). Assim, se desejarmos manter-nos fiéis a Êle, devemos dirijir-nos a Êle não só como Jesus, ou Cristo, mas sim como “Meu Senhor e Meu Deus” (João 10:28). No grego é “Meu Kurios e Meu Theos” e em hebraico é “Meu Yahweh e meu Elohim”.
Paulo refere-se a Êle como “O grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo (Tito 2:13). João diz que “Jesus Cristo… é o verdadeiro Deus e vida eterna” (1 João 5:20), enquanto que Pedro diz que Êle é “o nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1:1). Os não crentes referem-se a Jesus como um profeta, mas nós devemos sempre ligar o Seu nome pessoal à Sua divindade, (isto é, Senhor Jesus), ou ao Seu nome oficial (Jesus Cristo), ou aos dois nomes (Senhor Jesus Cristo). Devido à vasta negação do Seu nascimento virgem e da Sua divindade, nós devemos sempre proclamar e adorar Jesus como Senhor e Deus.
Êle é um com o Pai, e portanto pôde dizer: “Eu e Meu Pai somos um” (João 10:30). Para os judeus do primeiro século, foi muito dificil aceitar o facto de Jesus de Nazaré ser eterno, auto-existente e Um com Yahweh – o grande EU SOU. Jesus disse-lhes: “Com toda a certeza digo-vos, antes de Abraão ser, EU SOU (João 8:58 – versão do Rei Tiago, – King James version). Ninguém pode ser salvo a não ser que acredite na divindade de Cristo. Êle disse “Se não acreditardes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24 – versão do Rei Tiago,– King James version). Os judeus deviam ter tido conhecimento disto, porque o profeta Isaías disse: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, o govêrno está sôbre o Seus ombros e o Seu nome será chamado Maravilhoso, Conselheiro, O Deus Poderoso…O Pai Eterno” (Isa. 9:6).
Leitor, guarda você e prega o maravilhoso Nome de Jesus Cristo, nosso Senhor? Êle disse aos membros fiéis da igreja de Filadélfia e vai repeti-lo no dia do Assento do Seu Julgamento, “Vós mantivestes a Minha Palavra e não negastes o Meu Nome” (Apocal. 3:8). Contais-vos vós entre os Seus fiéis seguidores?
Faremos bem lembrarmo-nos de que antes de mais nada foi-nos ordenado que fôssemos testemunhas de Cristo (Actos 1:8 – fala Jesus). Como é que O retratais? Como é que proclamais as Suas virtudes divinas e obra salvadora? Quão sã e cuidadosa é a vossa exposição da excelência do conhecimento de Cristo? Compreendem as vossas plateias todos os tesouros de sabedoria e conhecimento que estão escondidos n´Ele?
Estão de facto profundamente convencidas da suficiência de Cristo para satisfazer toda a sua necessidade? “A Minha graça é suficiente para vós” (2 Coríntios 12:9 – fala Jesus Cristo).
Suficiência do profeta? Do homem bom? Ou suficiência de Deus? Jesus é Deus. Jesus disse que a Sua graça era suficiente para nós, Filhos de Deus, os que acreditamos que Êle É Deus. A graça é de DEUS, a graça é de JESUS, ÊLE O DISSE, ÊLE É DEUS.
Nota: Todas as escrituras são tiradas do original da primeira Bíblia, datada de 1611, que AINDA não estava poluida pela falsa sabedoria humana como acontece desde há muito e mesmo hoje, com a qual o homem a deturpou para servir os seus interesses egoístas. A Bíblia do Rei Tiago, (King James) é A ÚNICA FIEL E VERDADEIRA.
Todos os filhos de Deus, e aínda mais os evangelistas e outros que proclamam o evangelho, enfrentam o desafio de prègar a Palavra directamente e sem qualquer con-cessão. Deus é verdade absoluta e foi a elevada oração sacerdotal do Senhor Jesus, que os Seus discípulos fossem estabelecidos nessa verdade: “Santifica-os pela Tua verdade. A Tua Palavra é a verdade (João 17:17). O Espírito Santo testifica destas grandes verda-des que podem levar as pessoas à salvação; é por isso que Êle é o Espírito da verdade, que nos guia para toda a verdade (João 16:13). Jesus Cristo, os Seus ensinamentos e obra redentora são parte desta divina verdade. Êle disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão através de Mim” (João 14:6).
No momento em que uma pessoa se afasta destas grandes verdades, essa pessoa entra em êrro. Relativamente à Sua Palavra, Deus disse a Josué: “Não te afastes dela nem para a direita nem para a esquerda, para que possas prosperar onde quer que vás” (Josué 1:7). No entanto, nós estamos a viver numa época em que as pessoas se afastam fàcil- mente das grandes verdades da Palavra de Deus, ao exporem-se a revelações estra-bíblicas da vontade de Deus através de falsos profetas, de sonhos, de visões e de mensa-gens distorcidas de prègadores enganados. É por isso que Paulo ordenou a Timóteo: “Prega a Palavra, pois há-de chegar a altura em que não vão aceitar doutrina sã”. Os crentes devem ser corrigidos e admoestados quando se desviam da Palavra.
Mas a maior parte das pessoas é ingénua, e acredita em toda a espécie de interpretações erradas da Palavra de Deus em que as Suas grandes verdades são abertamente distorcidas. Isto é espantoso, mas muitos crentes “amontoam para si professores; e afastam os ouvidos da verdade agarrando-se a fábulas”. Fábulas são histórias bem-soantes mas irreais, isto é, mentiras; mas devido à baixa qualidade de salvação que os falsos professores impingem às pessoas, estas preferem essas mentiras à verdade da Bíblia. Muitas pessoas parece terem uma certa tendência para a mentira – e essa mesma abertura à decepção já se notava nas primeiras igrejas cristãs.
Paulo disse aos coríntios: “Receio que, de uma maneira ou outra, assim como a serpente enganou Eva com a sua esperteza, assim as vossas mentes possam ser afastadas da simplicidade que há em Cristo” (2 Cor. 11:3). Algumas das fábulas e mentiras religiosas são muito agradáveis aos ouvidos de muitas pessoas. Um exemplo é a doutrina da eleição. Alega-se muitas vezes, que todos os cristãos foram escolhidos por Deus antes da fundação do mundo, e que o batismo de infantes confirma o facto presumido que já pertencem a Deus. Que os eleitos não podem ser retirados da mão de Cristo, e assim que não têm realmente de nascer de novo. Que a santidade de Cristo lhes é também atribuida, de maneira que não são obrigados a seguir uma santidade pessoal. As pessos que seguem esta doutrina apenas exibem uma forma exterior de rectidão. Elas dão um consentimento mental à doutrina cristã, mas os seus corações mantêm-se frios e não transformados, devido aos ensinamentos e mandamentos erróneos dos homens.
O Senhor Jesus descreveu membros de relêvo do Povo Escolhido, Israel, como hipócritas, por não serem nascidos de novo. Êle disse: Estes aproximam-se de Mim com a bôca, e honram-Me com os lábios, mas os seus corações estão longe de Mim.E é em vão que Me adoram, ensinando as doutrinas e mandamentos dos homens” (Mat. 15:8-9). E a isto acrescentou: “Vós rejeitais o mandamento de Deus, para poderdes manter a vossa tradição” (Marcos 7:9).
Prègais vós as tradições teológicas dos homens, ou usais o leite puro da Palavra? Mantende-vos fiéis à simplicidade da mensagem do evangelho, que se baseia na morte redentora de Jesus Cristo, e frizai sempre a obrigação de todo o pecador de escolher Cristo como seu Salvador, arrependendo-se de todo o pecado conhecido.
Um dos desafios resultantes de uma nova dedicação à causa do evangelho é o estar-se pronto para sofrer perseguição. Paulo avisou Timóteo de que havia de suportar aflições ao fazer o trabalho de evangelista (2 Tim.4:5). Ao princípio da sua carta Paulo já o estava a preparar para essa experiência: “Tu tens de suportar dificuldades como bom soldado de Jesus Cristo (2 Tim. 2:3). “Todos quantos desejarem seguir uma vida recta em Jesus Cristo vão sofrer perseguição (2 Tim.3:12). A razão de ser das dificuldades e perseguição é que nós estamos a lutar pela verdade contra um mundo vil que se encontra sob a alçada do Iníquo (1 João 5:19).
O Senhor Jesus também preparou os Seus discípulos sôbre a rejeição e a perseguição: “Se o mundo vos odeia, vós bem sabeis que me odiou a Mim antes de vos odiar a vós… Um servo não é maior que o seu mestre. Se me perseguiram a Mim, também vos perseguirão a vós. Se guardaram a Minha Palavra, também guardarão a vossa” (João 15:18-20). De facto, nós deviamos sentir-nos honrados com esta experiência negativa, porque estamos a sofrer por amor a Cristo e à verdade da Sua Palavra que prègamos. Paulo disse aos filipenses:
“Que a vossa conduta seja digna do evangelho de Cristo… Mantende-vos firmes num mesmo espírito, com a mesma mente, esforçando-vos juntos pela fé do evangelho, não vos deixando atemorizar seja de que maneira fôr pelos adversários… Pois a vós foi concedido em relação a Cristo, não só acreditar n´Êle, mas também sofrer por Êle, vivendo o mesmo conflito que visteis em mim” (Filip. 1:27,30).
Grande parte da perseguição vem de falsos mestres, que negam a divindade de Jesus Cristo e são contra a doutrina da justificação baseada no sangue derramado por Cristo. Pedro diz: “Existiram profetas falsos entre o povo, assim como haverá falsos mestres entre vós, que secretamente trarão heresias destruidoras, negando mesmo o Senhor que os comprou, e trazendo sôbre si súbita destruição. E muitos seguirão os seus caminhos destruidores, por causa de quem o caminho da verdade será blasfemado” (2 Pedro 2:1-2). Êles atacarão a verdade.
Êstes prègadores, que negam certos atributos vitais de Jesus Cristo assim como elementos básicos da doutrina da salvação e santificação, dão muitas vezes um mau nome a pastores evangélicos, alegando que estes não estão a proceder bem ao denunciarem àsperamente as práticas pecaminosas e ao insistirem em proceder em conformidade com as elevadas normas bíblicas para o arrependimento e serviço de Deus.
O conselho de Paulo é claro: “…suportai as aflições, fazei o trabalho de evangelista, cumpri o vosso ministério”. É não fugir aos nossos problemas, mas cumprir o nosso ministério de maneira digna. Embora andemos a labutar pela verdade, não devemos ser vistos como gente belicosa:
“O servo do Senhor não deve ser belicoso. Em vez disso deve ser brando para toda a gente e comedido… Deve ser um professor adequado e hábil, paciente e calmo, pronto a sofrer injustiça. Êle deve corrigir os oponentes com cortezia e mansidão” (2Tim. 2:24-25; Bíblia Ampliada). Nós devemos ter a mente de Cristo (Filip. 2:5).
Paulo fez ver a Timóteo, que devia continuar a prègar a Palavra, independentemente de ser ou não oportuno. É no interesse de toda a gente em toda a parte, ouvir a verdadeira mensagem do evangelho – não versões distorcidas do mesmo. Deus ama toda a gente e deseja salvar a todos. O Senhor Jesus envia os seus discípulos às mais longínquas partes da Terra, para que todos possam ouvir a mensagem da salvação. E os que são salvos são chamados não só discípulos de Jesus Cristo, mas também membros da congregação Sua noiva, que um dia partilhará de toda a Sua glória.
Nós devíamos tomar de novo o compromisso de proclamar o evangelho de Cristo a toda a gente. Devemos prègar a Palavra em toda a parte e a toda a hora. Numa parábula em Lucas 4, o Senhor Jesus compara a prègação do evangelho a convites enviados às pessoas para participarem numa ceia especial, que se refere profèticamente à festa do casamento do Cordeiro. Jesus disse aos descípulos:
“Certo homem deu uma grande festa e convidou muitos, e enviou o seu criado na altura da festa a dizer aos convidados: Vinde, porque tudo já está pronto. Mas êles de comum acôrdo começaram a dar desculpas. O primeiro disse-lhe: Comprei um talhão de terreno e tenho de ir vê-lo. Peço-te que me perdoes. Um outro disse-lhe: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los. Peço-te que me perdoes. Um terceiro disse-lhe: Casei com esposa e portanto não posso ir. E assim, o criado voltou ao patrão e contou-lhe estas respostas. O dono da casa, zangado, disse ao criado: Vai depressa às estradas e ruas da cidade e traz-me os pobres, os aleijados, os côxos e os cegos. Ao que o criado respondeu: Senhor, já fiz o que me disseste e aínda há espaço para mais. Então o patrão disse ao criado: Vai às estradas e ruas e convence-os a vir, para que a minha casa esteja cheia” (Luc. 14:16-23).
A palavra “ruas” é traduzida “caminhos do campo”, na NIV (Nova Versão Internacional). A implicação é a mesma. Temos de percorrer estreitos caminhos rurais, para chegar às comunidades isoladas a quem o evangelho deve ser prègado. No contexto sul-africano, isto deve referir-se a herdades e pequenas povoações situadas longe das estradas.
Hoje em dia a situação é semelhante: Muitas pessoas da cidade que ouviram o evangelho muitas vezes, rejeitam o convite para se tornarem membros da congregação-noiva de Jesus Cristo. Na parábula, estas pessoas estavam tão preocupadas com os seus interesses económicos e sociais, que não tinham tempo para incluir nas suas vidas actividades cristãs. Visto que tantas rejeitaram o convite, os discípulos do Senhor Jesus foram instruidos: Agora ide para as estradas e caminhos do campo, para as comunidades distantes e abandonadas das áreas rurais e prègai-lhes a Boa Nova. Esta gente não tem as oportunidades que a gente da cidade tem, e assim serão as últimas a encher a casa do Senhor. Leitor: Estás também ocupado em trabalhos desta natureza?
Temos que perseverar como trestemunhas de Cristo. Paulo diz: “Tende cuidado… fazei o trabalho de um evangelista, aplicai-vos ao vosso ministério”. Nós devemos manter os olhos no Senhor Jesus, mantendo e vivendo contìnuamente vidas santas. Paulo diz: “Punhamos de lado todo o pêso e o pecado que tão fàcilmente nos rodeia, e corramos com perseverança a corrida que está à nossa frente, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé” (Hebr. 12:1-2). Alguns cristãos encontram-se carregados com coisas que não são pecado em si próprias, mas que no entanto constituem pedras de tropêço, pois podem exigir muito do seu tempo, energia e dinheiro, que de outro modo podiam ser utilizados com proveito ao serviço do Senhor.
Manter os olhos fixos em Jesus Cristo, também significa estar à espera da Sua segunda vinda e da completa revelação do Seu glorioso reino. João diz que “Todo aquele que tem esta esperança n’Êle, se purifica como Êle mesmo é puro” (1 João 3:3). Isto refere-se a pureza doutrinal e moral. Nós devemos viver vidas puras e proclamar também a verdadeira doutrina de Cristo, que está de acôrdo com essa pureza (1 Timóteo 6:3). No entanto, alguns crentes não aderem a estas normas, e em consequência disso retrogradam espiritualmente. João diz que nós temos de lutar com veemência contra isso: “Olhai para vós próprios, para que não perquemos aquilo porque labutámos, mas sim possamos receber a recompensa completa. Quem quer que transgrida e não permaneça na doutrina de Cristo, não possui Deus. Mas aquele que se mantem na doutrina de Cristo possui o Pai e o Filho” (2 João 1:8-9).
O apóstolo fala das pessoas que transgridem, ou se afastam e não continuam na doutrina de Cristo. No seu livro Comentário ao Conhecimento Bíblico, (Pg. 907-908) os professores Walvoord & Zuck dizem o seguinte a propósito desta escritura: “Estas palavras sugerem fortemente que o apóstolo estava aqui a pensar no abandono da verdade por aqueles que anteriormente se agarravam a ela. A palavra ´manter’ é usada 23 vezes em 1 João com referência a uma vida de perseverança. Uma pessoa que não se mantem numa coisa, evidentemente já antes tinha estado nela. Os escritores do Novo Testamento eram realistas quanto à possibilidade de verdadeiros cristãos serem presa de heresia, tendo-os avisado contra isso. João tinha acabado de avisar os seus leitores da possível perda da recompensa. E, assim, foram avisados no sentido de não irem para além dos limites da doutrina sã, e de se manterem onde estavam, isto é, de se manterem ou continuarem na doutrina de Cristo. Desviarmo-nos da verdade é o mesmo que afastarmo-nos de Deus. Deus não está com uma pessoa que faz isso. E então o que essa pessoa possa fazer, fá-lo sem Deus. Em contraste com aquele que abandona a verdade, aquele que se mantém na doutrina de Cristo possui o Pai e o Filho… Perseverar na verdade sôbre Jesus Cristo, requere uma resposta firme contra aqueles que se tornaram propagadores de doutrinas falsas.”
Jesus Cristo também fez afirmações claras sôbre a necessidade de nos dedicarmos a viver n’Êle: “Estai em Mim, e Eu em vós. Da mesma maneira que o ramo não pode dar fruto por si próprio se não estiver na videira, assim vós não podeis, se não estiverdes em Mim… Se alguém não estiver em Mim, será lançado fora como ramo e secará; e apanhá-lo-ão e o lançarão na fogueira” (João 15:4-6). João Batista também exortou o povo a continuar a produzir fruto digno de arrependimento (Mat. 3:8). E isso só pode conseguir-se, se nos mantivermos em Cristo e continuarmos dedicados à causa do evangelho.
Infelizmente, nem todos os crentes se mentêm fiéis a Cristo e à sua consciência cristã. Paulo lembrou a Timóteo o grande valor da “fé e de uma bôa consciência, rejeitando as quais alguns sofreram naufrágio na fé” (1Timóteo 1:19). A Bíblia Viva traduz êste verso como segue: “Agarrai-vos firmemente à vossa fé em Cristo e mantende sempre limpa a vossa consciência, fazendo o que sabeis estar certo. Pois algumas pessoas desobedeceram à suas consciências e fizeram deliberadamente o que sabiam estar errado. Não é de admirar que em breve perderam a sua fé em Cristo, desafiando Deus dessa maneira”. Paulo encorajou os crentes hebreus: “Se nos mantivermos fiéis até ao fim, confiando em Deus como quando primeiro nos tornámos cristãos, então partilharemos de tudo que pertence a Cristo” (Hebr. 3:14 – LB). No fim da sua vida, pouco tempo antes da sua execução em Roma como crente, Paulo disse: “Combati o bom combate, terminei a corrida, mantive a fé” (2 Tim. 4:7).
Leitor: Aceitas o desafio de continuar no caminho da rectidão e ao serviço do Senhor? Todos nós deviamos comprometer-nos a trabalhar afincadamente para o Senhor, enquanto aínda temos oportunidade. Jesus disse: “Eu devo fazer as obras d’Aquele que Me enviou, enquanto é dia; a noite aproxima-se em que ninguém poderá trabalhar” (João 9:4). E Paulo disse: “Eu disciplino o meu corpo e mantenho-o em sujeição, para que, quando prègar aos outros eu mesmo não seja reprovado” (1 Cor, 9:27). A Bíblia Viva diz: “Como um atleta, eu castigo o meu corpo, tratando-o rudemente, treinando-o para o que tem de fazer e não para o que êle quere fazer. De outro modo receio que, depois de convidar outros para a corrida, eu próprio possa ser declarado incapaz e seja posto de lado”.
Em resumo: Sede cuidadosos em todas as coisas, na vossa vida pessoal e na doutrina que prègais, suportai oposição e mesmo a perseguição daqueles que se afastaram da verdade, fazei o trabalho de evangelista mesmo que a mensagem possa ser menos popular para as audiências modernas, e cumpri o ministério que vos foi confiado por Aquele que vos chamou para o Seu serviço e para o Seu próprio reino e glória” (1 Tess. 2:12).