A Ameaça Palestina a Israel

(The Palestinian Threat to Israel)

Prof. Johan Malan, Middelburg, South Africa

Há áreas diferentes em que a sobrevivência de Israel está ameaçada pelos palestinos. As seguintes são algumas das mais importantes:

1. A integridade territorial de Israel está ameaçada pela ideia da criação de dois estados: O grande apôio internacional à ideia de dois estados independentes, Israel e Palestina lado a lado, tem como base a condição de Israel desistir de partes importantes dos territórios por si indisputadamente recuperados durante a guerra de 1967. Històricamente e também nos têrmos de um mandado bíblico claro, tais territórios pertenceram a Israel desde o tempo do Velho Testamento. Mas Israel é agora sujeito a pressão por todo o mundo, no sentido de entregar aos palestinos territórios de áreas centrais da Judeia e de Samaria. Entre outras, estas áreas incluem a área ocupada de West Bank se estende de Jerusalém-Leste ao rio Jordão na direcção Nordeste. Os palestinos insistem em querer controlar Jerusalém-Leste, pois tencionam declarar a cidade como sua capital. Esta parte da cidade inclui o Monte do Templo e o Monte das Oliveiras, que são de grande significado histórico e religioso para Israel. O trono de David tem de ser restaurado na parte velha de Jerusalém, quando o Messias voltar. É muito importante que, tendo em vista a sua futura restauração, o território de Israel e a cidade de Jerusalém não sejam divididos, mas sim continuem sob govêrno judaico. Uma vez que a integridade das promessas bíblicas também está em jôgo, os cristãos que consideram a sério as promessas do Senhor não podem fazer concessões, e esperar que Israel ceda os direitos que tem ao seu território, permitindo que outro estado hostil nêle se estabeleça.

O actual primeiro ministro de Israel Benjamin Netanjahu é mais conservador que os seus predecessores, e tem-se recusado a dividir Jerusalém e a transferir judeus  para fora da área de West Bank. Devemos orar para que êle se mantenha firme e se recuse a entregar aos palestinos áreas importantes do território que Deus deu ao seu país. No entanto, Netanjahu está preparado para aceitar um estado palestino desmilitarizado que reconheça por completo Israel, recusando-se ao mesmo tempo a abandonar todos os territórios capturados durante  guerra de 1967.

O facto que Israel vai ser dividido de uma maneira ou outra entre judeus e palestinos, é um grave infringimento do mandado divino de Israel controlar o país inteiro. O Senhor julgará todas as nações que perseguem Israel e forçarem a nação a ser dividida: “Porque vede, nesses dias e nessa altura, quando Eu fizer voltar os cativos de Judá e Jerusalém, Eu juntarei também todas as nações levando-as  para o Vale de Josafat, e aí entrarei em juizo com elas por causa do meu povo e da minha herança Israel, que êles dispersaram entre as nações, repartindo a minha terra” (Joel 3:1-2). Êste julgamento será executado na batalha de Armagedon, e nós podemos esperar que a situação no Médio Oriente piore grandemente antes disso. O que significa que a integridade territorial de Israel será aínda mais ameaçada.

2. Os palestinos estão a fazer planos para ultrapassar Israel demogràficamente. Há presentemente em Israel 7.2 milhões de habitantes, dos quais 5.4 milhões são judeus, 1.5 milhões árabes, e o resto de outras nacionalidades. Na área de West Bank há outros 2.8 milhões de árabes, e em Gaza 1.4 milhões. Isto quere dizer, que em Israel e nas áreas palestinas em conjunto, há 5.4 milhões de judeus e 5.7 milhões de palestinos. Àparte dêstes números, existem 4.5 milhões de pretensos refugiados palestinos na Jordânia, Egipto, Síria, Arábia Saudita e Líbano, que desejam regressar às áreas palestinas em Israel. Se o fizerem, Israel será totalmente ultrapassado demogràficamente pelos palestinos, que ocuparão simplesmente o país. Por razões óbvias o govêrno judaico recusa-se a aceitar o regresso desta gente.

Os palestinos são um povo criado artificialmente. Depois da restauração de Israel em 1948, Yasser Arafat, antigo dirigente  da Organização Para a Libertação da Palestina (PLO), convidou muitos árabes do Egipto, do Líbano e da Jordâania a estabelecerem-se na Palestina e a lutar contra o jóvem estado judaico. O próprio Arafat era egípcio. Aa grande maioria dos palestinos é portanto de imigrantes de países árabes visinhos, que ocuparam ilegalmente o território que pertencia a Israel desde o tempo do Velho Testamento. Durante a diáspora de Israel, os passados quase 2 mil anos, apenas pequenos grupos de árabes vadiavam em Israel, viviam uma existência precária e, na relidade, nada construiram. Os grandes números presentes, apenas imigraram depois da restauração de Israel, mas muitos deles fugiram para campos de refugiados, especialmente para a Jordânia, onde se envolveram em guerras contra Israel. Se todos êstes refugiados regressassem a Israel, seriam como um Cavalo de Tróia, a ameaçar Israel de dentro e a avassalar o país pela fôrça dos números.

3. Israel está ameçado por um govêrno palestino militante e grupos terroristas – Israel não tem visinhos vulagres com quem possa assinar acôrdos e com quem possa viver em paz. O govêrno palestino foi formado inicialmente pelo partido Fattah da PLO, sob a direcção de Yasser Arafat. Do ponto de vista ideológico e mesmo religioso, opunham-se fortemente a Israel e preferiam a confrontação em vez de negociações. Foi apenas depois de várias derrotas, bem assim como da morte de Arafat, que o mais moderado Mahmoud Abbas conseguiu controlar o partido Fattah e se mostrou preparado para reconhecer Israel sob certas condições.

A maioria dos palestinos, especialmente a juventude mais militante, rejeita esta moderada sugestão, juntando-se em grandes números ao grupo terrorista Hamas, limitado principalmente a Gaza.”Hamas” é um acrónimo de “Movimento Islâmico da Resistência”, e o seu grande alvo é libertar do contrôlo judaico pela fôrça todas as áreas palestinas que, segundo êles, incluem todo o território de Israel. Em 2006, Hamas ganhou uma vitória contra o partido Fattah, durante uma eleição, e subsequentemente os seus oficiais tiveram de aprender a governar um país. Êles tentaram formar uma coligação com Fattah, mas tal tentativa resultou em confrontações sangrentas e na expulsão de Gaza dos oficiais Fattah. Num golpe de estado em 2007, Hamas ganhou contrôlo completo do govêrno em Gaza, depois do que começou a receber milhares de foguetões de contrabando, para uma guerra de aniquilação contra Israel.

A Síria e a Pérsia deram-lhe auxílio militar e financeiro, e têm também o apôio de outros grupos terroristas, como o Hezbollah e o Jihad Islâmico. Hamas aumentou gradualmente os ataques a Israel, e durante os últimos meses antes da invasão israelita de Gaza, disparou cêrca de 600 foguetões por semana contra alvos judaicos no Sul do país. A ameaça de Hamas está a aumentar, em vez de diminuir. Êles continuam a recusar-se a aceitar Israel como estado independente, recusando-se também a aceder ao pedido de Israel de formarem um estado desmilitarizado, que se ocupe na governação civil e não a preparar uma nova guerra. Os palestinos, juntamente com os seus  aliados também radicais na Síria, Líbano e Pérsia, continuam a ameçar Israel, planeando a aniquilação do estado judaico. Não há base possível para uma colaboração judaica com êles.

4. Israel é ameaçado pela religião dos palestinos – A religião islâmica em si constitui uma ameaça muito séria a Israel, visto que o Islão olha o Zionismo e o Cristianismo como seus inimigos. O Corão comanda uma guerra santa (Jihad) contra os infiéis, pois é um método reconhecido de forçar a autoridade de Allah sôbre todos os povos da Terra, por meio de guerreiros islamitas. Êles possuem uma motivação religiosa e ideológica muito profunda para combater os judeus e transformar Israel inteiro num estado palestino. Os muçulmanos são até instigados pelo Corão a oferecer as próprias vidas nessa guerra santa, de modo a receberem grandes bênçãos na outra vida. Morrer como mártir por Allah é considerada a mais elevada forma de auto-sacrifício. Todo aquele que está preparado para morrer num ataque suicida com bombas é altamente louvado. O Corão promete prémios no Paraízo a todos os mártires.

5. Israel também enfrenta uma ameaça religiosa por parte do Palestinianismo Cristão – Há outra grande ameaça a Israel, conhecida por Palestinianismo Cristão. Trata-se de um movimento cristão dirigido contra Israel e a favor dos palestinos. Êste dogma teológico liberal opõe-se ao Zionismo Cristão, que se esforça pelos direitos bíblicos de Israel e apôia activamente a total restauração de Israel num território não dividido. O Palestinianismo Cristão propaga uma teologia amilénia e anti-judaica, em que o Israel restaurado não tem lugar e em que os palestinos são olhados como legítimos proprietários de toda a Palestina, sem qualquer estado de Israel no Médio Oriente. É portanto uma espécie de teologia de libertação para os palestinos. Muitos dos cristãos palestinos aceitaram esta teologia de libertação de motivação política, e exercem-na para a sua sobrevivência nacional. Ela é fortemente anti-dispensacional. Muitos deles nem sequer leem o Velho Testamento, devido ao papel central que Israel ocupou durante a dispensação da lei. Alguns leem-no, mas apenas de uma maneira muito selectiva. Êles não reconhecem qualquer relação entre o Israel bíblico, os actuais judeus e o moderno estado de Israel.

O Palestinianismo Teológico constitui um grave perigo. Uma escritora egípcia, Bat Ye-Or, tem um capítulo no seu livro Eurabia relaciondo com a islemização do Cristianismo. Segundo ela, o Palestinianismo abre o caminho à islamização da igreja. É uma espécie de teologia de substituição, em que Israel é substituído pelos palestinos. Nesse processo, os quatro Evangelhos são separados da sua ligação judaica e ligados aos palestinos para tornar o Novo Testamento mais aceitável pelo Islão. E assim, Jesus é retratado como um Salvador Palestino.

Uma judia britânica, Melanie Phillips, publicou um  livro intitulado Londonistan,em que avisa a Inglaterra de que o Islão está a conquistar o país e a sua cultura, especialmente porque a igreja se tornou pro-islâmica e contra o Cristianismo histórico. Ela descreve o nascimento do Palestinianismo Cristão como segue:- “Quando os cristãos árabes re-interpretaram as Escrituras para tornar ilegítima a revindicação dos judeus ao território de Israel, isto deu início à teologia de substituição, que fez eco nas imaginações, sermões e pensamento da Igreja Anglicana. Êste revisionismo afirmava que os Palestinos Árabes eram os possuidores originais do território de Israel… e que são o verdadeiro Israel.”

Nesta nova forma de teologia de substituição, Israel é não só substituído pela igreja mas também pelos Cristãos Palestinos. No processo, A Bíblia é destituída de muitas das suas afirmações básicas sôbre Israel, e é gradualmente interpretada de harmonia com o Corão. Donald Wagner, (Morte na Terra da Promessa: A Palestina e o Cristianismo Palestino desde Pentecost a 2000 – Londres, 2003), argumenta erradamente, que cêrca de metade da população de Israel no tempo de Cristo não era judia, justificando assim a sua afirmação que os cristãos árabes descendem racialmente da igreja original de Actos 2 em Jerusalém. No entanto, o Pai da Igreja, Eusébius, confirma no seu livro sôbre a história da igreja, que a igreja dessa altura era virtualmente 100% judaica.

Hank Hanegraaff, do Instituto de Investigação Cristã, também rejeitou o dispensacionalismo e a restauração de Israel, e apregoa agora o Palestinianismo. Acusa Israel da limpeza étnica dos palestinos, e descreve os que apoiam Israel como racistas. No entanto, é óbvio que a Bíblia ensina a restauração física e espiritual de Israel no seu próprio território. As pessoas que rejeitam êste ensinamento estão a abrir a porta à teologia de substituição e à crescente aceitação dos pontos de vista islâmicos. (A informação contida nesta secção foi tirada do artigo Palestinianismo Cristão, por Thomas Ice).

Na África do Sul, as igrejas também têm de decidir se acreditam literalmente na Bíblia. No caso afirmativo, comprometem-se a aceitar Israel como um povo no seu próprio direito,  pois foi apenas a êste povo que a promesa foi feita de ocupar para sempre o território de Israel.A sua descrença foi de facto a causa da Diáspora, mas o Senhor trá-lo agora de volta, para o reavivar espiritualmente e fazer dele uma bênção para todo o mundo (Rom. 11:1-32).

O futuro de Israel não está nas mãos de judeus ortodoxos que continuam a rejeitar o Messias, mas sim nas mãos de Judeus Messiânicos, que aceitaram Jesus como Messias e O servem. Embora sejam um pequeno grupo de minoria, a Bíblia profetiza grandes e maravilhosas coisas para êles. Devemos apoiá-los, de modo a que o seu testemunho a israelitas não-salvos prossiga com clareza e sem ambiguidade. Conforme a Bíblia declara, todo o resíduo de Israel vai eventualmente aceitar Jesus como Messias. Não vos associeis aos inimigos de Israel pois, de acôrdo com Genesis 12:3, os julgamentos de Deus estão sôbre as pessoas que o fazem. Nós  mencionámos cinco frentes entre as comunidades palestinas e os que as apoiam, a partir das quais os ataques a Israel são lançados, junto a uma onda de propaganda negativa destinada a apresentar os judeus como malfeitores. Estas estratégias são em primeiro lugar os ataques incessantes à integridade territorial de Israel, que ameaçam a sua sobrevivência. Em segundo lugar, a planeada imigração de refugiados palestinos dos países árabes visinhos, para estabelecer uma grande maioria contra Israel. Em terceiro lugar os esforços contínuos da autoridade palestina e grupos terroristas para fazer uma guerra de aniquilação contra Israel. Em quarto lugar a guerra santa contra Israel, a que o Corão incita os muçulmanos juntamente com   ataques suicidas contra os inimigos de Allah. E em quinto lugar a rejeição da restauração de Israel no tempo do fim, por parte dos adeptos de um tipo de teologia de substituição anti-israelita, em que a posição e direitos de Israel são transferidos para o povo palestino, aderindo assim abertamente ao Islão. No que diz respeito a Cristãos evangélicos, os inimigos e críticos de Israel são também nossos inimigos e críticos, e por assim ser nós não podemos de forma alguma associar-nos a eles aprovando os seus pontos de vista e objectivos não-bíblicos. Êles deviam ser chamados ao arrependimento.

Se lermos e interpretarmos a Bíblia de harmonia com o seu valor facial literal, teremos de rejeitar completamnte a teologia de substituição, em que outros povos ou grupos substituem Israel. O estudo correcto da palavra da verdade, ajudar-nos-á a adoptar a perspectiva teológica e profética correcta, em que nos sentiremos livres para dar total recocnhecimento bíblico à restauração de Israel. Far-nos-á também aliados espirituais e materiais no processo da restauração da nação, levando-nos ao mesmo tempo a interceder com perseverança pelo corpo do Messias em Israel. Compreenderemos então, que êste grupo de verdadeiros crentes, que constituem um pequeno comêço frente a severos preconceitos da oposição, traz em sí próprio a promessa de um novo comêço espiritual no Messias para todo Israel. A sua existência constitui a primeira prestação do cumprimento de muitas promessas numa nova dispensação para todo o mundo, em que o Israel salvo fará brilhar a luz do Messias para benefício de todos.

Abençôa o leitor Israel e apôia o movimento Messiânico em Israel? De acôrdo com Romanos 11:11-12, esta é a melhor maneira de levar os judeus ortodoxos a invejar através do Messias, as ricas bênçãos espirituais do Deus de Abraão, Isak e Jacob. E pode também fazer de si um colaborador abençoado na restauração de Israel.