Os Julgamentos de Deus Sôbre Israel e as Nações

Prof. Johan Malan,  Middelburg, South África (Junho 27/ 2008)

O mundo está a caminho de um desastre de proporções nunca vistas. O Senhor Jesus disse, descrevendo os acontecimentos apocalípticos a acontecer em breve antes da Sua segunda vinda, que um residuo de Israel vai ser forçado a sair apressadamente do seu país para as montanhas, para escapar à fúria do falso messias (Mat. 24:15-20). Isso será seguido de uma calamidade mundial: “Porque então haverá grande tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, não, nem nunca haverá. E se êsses dias não fôssem encurtados, nenhuma carne seria salva” (Mat. 24:21-22).

A grande tribulação não será apenas a consequência da ditadura desabrida do falso messias, mas sim também ocasião para os julgamentos divinos. Os profetas do Velho Testamento referem-se ao derramamento da ira de Deus no fim dos tempos como O dia do Senhor.  Isaías diz: “Eis que o Dia do Senhor vem! Horrendo, com furor e ira ardente, para fazer da terra  e de toda a Terra desolação, e para destruir dela os seus pecadores (Isa. 13:9 (Amplified Bible).

Deus apenas julga pecadores, isto é, as pessoas vis que desprezaram as Suas bênçãos e graça salvadora que lhes foram oferecidas através de Seu Filho Jesus Cristo. A grande culminação das profecias do fim dos tempos é a segunda vinda de Cristo: “O testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Apoc. 19:10). Êle vai abençoar e glorificar os salvos, mas vai julgar e destruir os iníquos. Os destinos de todas as pessoas apenas podem ser correctamente compreendidos à luz do seu relacionamento com o Senhor Jesus. Êle é ou o Salvador dos pecadores arrependidos para os redimir e abençoar, ou o juiz de todos os que pecam voluntàriamente, que condenará devido à sua iniquidade.

Apesar de todas as revelações e intervenções de Deus em toda a história da humanidade, a grande maioria das pessoas continua com maldade no coração: “E esta é a condenação, que a luz (Jesus) veio ao mundo mas o homem preferiu as trevas à luz, porque as suas obras eram vis” (João 3:19). A maior parte das pessoas prefere seguir uma religião falsa fabricada pelo homem, em vez de abraçar o serviço do Deus verdadeiro: “Porque êles, ignorando a rectidão de Deus e procurando estabelecer a sua própriaa rectidão, não se submeteram à rectidão de Deus” (Rom. 10:3).

Quando as coisas correm verdadeiramente mal nas vidas dessas pessoas, elas ou culpam das suas calamidades outras pessoas ou nações hostis, ou acusam Deus de não as abençoar ou salvar. A Bíblia diz que os seus problemas só aumentarão até ao dia em que se ajoelharem perante Aquele que é o único Salvador do mundo (Actos 4:10-12). Êste princípio espiritual básico aplica-se igualmente a Israel e às nações gentias. A não ser que as pessoas reconheçam a sua própria depravação espiritual e moral e se arrependam perante Deus através de Jesus Cristo, só podem esperar mais problemas e a retribuição de Deus pela sua descrença.

Não vale de nada aos pecadores continuarem a culpar os outros das suas calamidades, quando o Principe da Paz aínda  não reina nos seus corações. Esta é a mensagem vital que Israel e as nações deviam escutar claramente durante êstes dias críticos, pouco antes de Deus derramar a Sua ira sôbre uma humanidade vil.

A hora de angústia de Jacob

Israel devia enfrentar mais uma vez ousada e explìcitamente os factos bíblicos relativos a Jesus como prometido Messias. Êle oferece-lhes vida de entre os mortos, (Rom.11:15) e também paz eterna e alegria. Israel tem à frente um futuro nêgro se continuar a rejeitar esta oferta.

O que segue são extractos do livro O Holocusto – Onde estava Deus? Um Inquérito às raíses Bíblicas da Tragédia por Art Katz, publicado em 1998. Referências usadas com autorização de Ministérios Art Katz – www.artkatzministries.org

“A errada apropriação dos sofrimentos do Messias como sendo os nossos próprios, é inevitável para os judeus que se recusam a considerá-LO e no entanto precisam encontrar explicação para os nossos sofrimentos históricos. Se rejeitarmos o Messias como cumprimento dos capítulos 52:13-53:12 de Isaías, “cujo aspecto estava tão desfigurado, mais que qualquer homem”, e depois colocarmos Israel em Seu lugar, então somos postos numa situação de inevitável choque. Esta extrema lógica de rejeição força-nos não só a opôr-nos ao Messias se Êle vier, mas também necessàriamente a querer ocupar o Seu lugar – a ser como o Messias, a sermos nós o Servo Sofredor, a sermos deificados, a sermos a esperança messiânica e a sermos a civilização que é a esperança para  todos” (p.30).

“Porque é que os homens preferem uma espécie de forma religiosa que não é o conhecimento de Deus em verdade? Porque é que existe esta instintiva e profunda aversão ao conhecimento de Deus e a preferência por uma substituição religiosa? É porque, creio eu, religão é aquela amálgama de prática e pensamento que dá ao homem o tipo de coisa em que se pode ocupar para satisfação própria e ao mesmo tempo o protege contra a obrigação que o verdadeiro conhecimento de Deus traz. Porque é que não corremos para o conhecimnto de Deus em verdade, se está à nossa disposição? Porque é que preferimos o Judaísmo, o Catolicismo, o Protestantismo ou mesmo a alternativa ocultista, ao conhecimento de Deus em verdade? Será porque o verdadeiro conhecimento de Deus traz consigo obrigação? Conhecer a Deus em verdade é conhecer o que Deus requere em verdade – e isso não convem ao homem. Essa é uma razão profunda para o homem desejar ultrapassar Deus e preferir um deus de sua própria escolha que não faz exigências. Até o Deus Vivo se pode perder, se procurarmos “as conveniências”em vez da verdade, como até o Cristianismo contemporâneo prova. O que é que aconteceu à nossa fé bíblica dada por Deus, há dois mil anos, na altura da vinda do  Rei-Messias? Tinha-se transformado num sistema endurecido, e a Sua presença ameaçava a sua perpetuação (Veja-se João 11:47-50!). Para que o sistema pudesse continuar, necessàriamente Êle tinha de morrer em vez de se permitir que vivesse e assim ameaçasse o sistema. Nós defendemos o nosso calcificado sistema religioso até à morte. Procurámos mante-lo vivo e perpetuá-lo, em vez de permitir-lhe a morte e aceitar o novo princípio para que o próprio Deus de Israel clamava. Esta é a trágica representação de auto-perpetuada “religião” através de todas as gerações” (p.39).   

“Ao recusarmo-nos a interpretar correctamente o Holocausto de Deus, na crucificação de Jesus de Nazaré como julgamento para todo o pecado, com essa recusa nós puzemos em movimento a circunstância que tornou o nosso próprio Holocausto inevitável. Ao recusarmo-nos a interpretar correctamente as nossas catástrofes, (catástrofes que nós próprios motivámos), tornámo-nos nós próprios sujeitos à seguinte. Êste é o trágico continuum até ao fim” (p. 40-41).

“Nós sofremos às mãos da própria nação que tínhamos estimado. Faltou-nos a compreensão da depravação inerente a toda a natureza humana. Portanto, não podíamos antever o mal de que o homem era capaz coisas inhumanas senão mesmo bestiais, que nos foram feitas pelos próprios que eram a ideia do nosso próprio conceito do homem no seu estado exaltado. Nós tínhamos visto na civilização germânica a nossa própria elevada e idealista opinião de nós mesmos. Uma opinião, suspeito, que apesar da tragédia do recente passado, nós continuamos essencialmente a manter! Na nosssa avaliação de nós mesmos, somos um povo entregue à auto-exaltação e auto-satisfação, que se notam nos nossos serviços religiosos e na nossa vida cultural. Somos tão impressivos a nossos próprios olhos, que não vemos a corrupção inerente à própria natureza do homem como homem, uma corrupção que é mais profunda que a questão da própria civilização germânica. Quere isto dizer, que aínda temos de reconhecer em nós mesmos, o que somos como homens. Aínda não aprendemos a lição” (p.46).

“Deus tem uma controvérsia connosco relativamente ao nosso alheamento d’Êle. Nós temos estado relutantes em enfrentar o significado da nossa própria história e considerar o horror que resultou dêsse alheamento. O facto infeliz é que a interpretação da catástrofe como consequência do pecado (e seu julgamento) é totalmente incompatível com a autoavaliação judaica contemporânea. Está para além da nossa consciencialização e consideração. Temos de preferência a noção da nossa própria natural auto-rectidão e bondade” (p. 78).

“A catástrofe como julgamento cumprido, é a penúltima provisão de Deus para trazer o conhecimento do arrependimento àqueles que de outro modo não teriam consciência dessa necessidade. Falhar em interpretar a catástrofe desta maneira e não se ver a mão de Deus nos nossos julgamentos, tem necessàriamente de resultar em nós procurarmos pôr a culpa nos homens. E concluiremos que a culpa é dos alemães e de Hitler. Isto não quere dizer que êles estavam inocentes, mas deixamos de ver a verdade mais larga. Em última análise, aqueles que culpam os homens acabam por culpar Deus. Se não nos considerarmos como factor para os julgamentos que vieram, então chegamos inevitàvelmente à situação em que o Próprio Deus se transforma por último no maligno. Deus é julgado e declarado em falta. Se o homem não aceitar ser a causa-raiz dos seus próprios julgamentos, irònicamente Deus é quem acaba por ser condenado por falha inerente à Sua criação, visto que Êle é aparentemente ‘incapaz’ de intervir e proteger os judeus contra a calamidade. Para nós é muito mais fácil culpar Deus que a nós próprios. Em resumo, isso em si memo demonstra quão lamentável é a nossa condição… E assim, como é importante interpretarmos correctamente o nosso trágico passado! Seríamos loucos se não recebessemos o benefício dêsse passado e não prevíssemos o que está para vir de novo se não reconhecermos as suas causas-raiz e as tratarmos com arrependimento. Se os nossos julgamentos estão em proporção directa com os nossos pecados, e a ma  gnitude dos nossos julgamentos indica a magnitude do nosso pecado, então precisamos ser despertados para algo de que, tanto pessoal como subjectivamente não temos conhecimento. É devido à ausência desta consciencialização, que Deus nos manda a calamidade para evocarmos as perguntas que nós próprios nunca teríamos pensado perguntar. Pelo contrário, nós estamos tão confortàvelmente satisfeitos com a nossa condição, que julgamos representar a norma a que o mundo inteiro faria bem aspirar. Seria melhor para nós compreender a nossa condição, não à luz da nossa própria fantasia subjectiva, mas à luz dos julgamenos das escrituras por que temos catastròficamente de passar… (Deus) alarga-Se, estende a Sua compaixão e envia os Seus mensageiros, mensageiros que històricamente rejeitámos. Devido à nossa resistência, parece encontrarmos maneira de nos refazer das nossas calamidades… achando maneira de remover a responsabilidade pelo seu verdadeiro significado como julgamento, não o vendo em têrmos do nosso pecado nacional” (p.79-81).

“É de notar a que ponto a interpretação do Holocausto como julgamento de Deus, radicalmente explica Deus como Deus, e traz com ela o medo de Deus como juiz. Êste medo de Deus falta infelizmente na nossa moderna consciencialização. Nós crescemos sem o sentido da reverência devida a Deus e sem o Seu temor. Isto é um dos frutos das perguntas sem resposta levantadas pelo Holocausto, que nós decidimos não perguntar” (p.7-8).

“Nós não possuimos uma perspectiva de Deus como Juiz. Por conseguinte pagámos um preço elevado pela perda da compreensão de Deus tanto em julgamento como em compaixão, tanto em severidade como em bondade. O tratamento de Israel por Deus (passado, presente e futuro), está ausente da nossa consideração e conhecimento, e portanto anulámos as mais profundas revelações de Deus dadas nas Escrituras… Há algo àcêrca de Deus em julgamento, que O revela como Êle não pode ser visto de qualquer outra maneira. No entanto, trata-se do aspecto dos atributos de Deus de que instintivamente nos afastamos. Nós não podemos reconciliar o Deus que é compaixão e amor, que é justo e recto, com um Deus que seria o Juiz a trazer aflição desta magnitude sôbre a humanidade, e particularmente sôbre a humanidade judaica. Se o nosso Deus faz tais coisas, então a mais desagradável a mais dolorosa e a coisa mais calculada para destruir a nossa própria religiosidade, transforma-se na mais preciosa e verdadeira revelação de Deus. Não é nesta contradição se a virmos até ao fim – que se pode encontrar a mais profunda revelação de Deus?” (p.9).

“Será possível que nós não possamos compreender o Holocausto, da perspectiva de Deus,  se não considerarmos a eternidade? Só considerando a eternidade, a calamidade do Holocausto se torna de um modo ou outro inteligível… É apenas na esperança de evitar outro fôgo, um fôgo inestinguível e eterno, que faz dêste fôgo de qualquer modo compreensível. Se um nos ensinar e salvar do outro, então faz máximo e eterno sentido” (p.9-10).

“Eu tive em tempos o previlégio de conhecer o distinto autor Elie Wiesel, um judeu romeno famoso premiado com o Prémio Nobel. Êle próprio é um sobrevivente do Holocausto e é provàvelmente um dos maiores escritores sôbre o Holocausto…Ao terminar o seu discurso público, perguntei-lhe àparte: ‘Senhor Wiesel, até que ponto estaria disposto a reconhecer, que os sofrimentos porque passámos como judeus durante todas as calamidades da nossa história, e especialmente no caso do Holocausto, são o cumprimento dos julgamentos de Deus sôbre que fomos avisados profèticamente nos capítulos finais dos livros de Levítico e Deuteronómio?’ Êle olhou para mim durante um momento, numa espécie de chocado silêncio, e depois respondeu: ‘Recuso-me a considerar isso’. Será que essa afirmação tem estado a fazer eco e a reverberar nos céus desde então? Não é ela de facto o resumo da auto-exaltação do homem acima de Deus? Ela começa significativamente com a palavra ‘Eu’. Neste caso, não é tanto o ser verdade ou não o que está a ser afirmado, mas sim que há ali algo mais alto que a Palavra de Deus, o ‘EU’, que a pode aprovar ou rejeitar! Será arrogância humana exaltar a sua opinião, o seu pensamento e a sua vontade acima do Próprio Deus? Recusar considerar a Palavra de Deus, é exaltarmo-nos a nós mesmos acima da Palavra de Deus e, por implicação, denunciá-la e, efectivamente rejeitá-la. Não é isto, de facto o que nós fizémos històricamente aos profetas que nos foram enviados?” (p.11-12).

“Nós temos uma obrigação maior que os gentios, porque somos ‘o povo do contrato’. Nós somos os ‘escolhidos’, e tivemos a vantagem da revelação de Deus, da Lei dada no Sinai e de tudo o mais que nos foi dado, antes de a mais ninguém, como povo do Seu testemunho. Portanto, o maior julgamento vem sôbre nós. Em que é que nós, os judeus de hoje, somos diferentes dos judeus sôbre quem, històricamente caíram os Julgaments de Deus? O simples decorrer do tempo nada alterou. Portanto, dizer que os judeus de hoje não merecem ser julgados, nada mais é que declarar presunçosamente, que os julgamentos históricos anteriores foram igualmente imerecidos e inválidos. Anular a validade e justiça daqueles julgamentos equipara-se com efeito a anular Deus. O Deus da ira, da fúria e do julgamento de então, aínda é Deus agora. Êle exprimirá mais uma vez a Sua ira em fúria e julgamento antes do fim desta idade, e pelas mesmas razões porque o fez antes. É por isso que Êle nos está a chamar agora ao arrependimento das nossas noções, opiniões e independência egoístas e a rendermo-nos ao Santo de Israel enquanto o podemos fazer. A Sua compaixão está em nos chamar ao arrependimento antes do cumprimento do que está apocalìpticamente profetizado na Sua palavra (Isaías 13:6; 65:6-7; Jer. 30; Daniel 12:1; Joel 2; Amos 8:8-10; Sofonias 1:12; Zac. 14:1-5” (p.88).

“Eu tenho a impressão que estas coisas estão próximas e prestes a realizar-se e que a única coisa que o impede é a mão de Deus. Não será que posicionalmente tudo está preparado e pode explodir a todo o momento? O pêso da nossa descrença judaica e a falta de verdadeiro relacionamento com Deus deve causar a nossa queda. Quando Êle afasta a Sua mão tropeçamos, deslizamos e caímos num momento na destruição e devastação. Nós já estamos sob a sentença de condenação, até que esta seja retirada aceitando Aquele que Deus enviou para a receber por nós, isto é, o Messias de Israel, Jesus de Nazaré. Ao continuar a rejeitar a oferta de Deus, Israel coloca-se sob esta espada de julgamento, que adeja sôbre as nossas cabeças até ao momento em que Deus simplesmente afasta o travão da Sua mão. Eu preferia que me provassem não estar certo, mas creio que a presente geração de judeus vai sofrer devastação à escala mundial, que eclipsará a era nazista” (p.89).

“Nós vamos ser odiados e perseguidos viciosamente, desenraizados de súbito e perdendo tudo num só dia, tendo de fugir só com a roupa que temos no corpo e, em pânico, não sabendo onde vamos… vamos sofrer a dobrar pelos nossos pecados, mas o nosso Deus disse ‘Eu vos restaurarei’. Portanto, é urgente acreditarmos que o Deus que promete o julgamento e o cumpre, é o mesmo Deus que promete a restauração e cumprirá a promessa…Não acreditar no julgamento de Deus como cumprimento da Sua palavra agora, é anular toda a esperança de acreditar na Sua futura intervenção nessa altura. Êste é o cenário para os úlmos dias, nomeadamente a restauração de Israel pela completa graça e compaixão de Deus, tão totalmente imerecida. Nós judeus, somos a epítome daquilo que o homem é. Na nossa humanidade, nós somos a afirmação que devia avisar todos os homens. Deus decidiu usar-nos como o povo-testemunha demonstrador de Si próprio, se não pela nossa virtude, então pelo nosso vício” (p.90).   

“As nações estão inconscientemente à espera da nossa restauração para Deus, pois temos um destino teocrático como ‘um reino de sacerdotes’ (Ex.19:6) e ‘uma luz para os Gentios’ (Isa. 42:6)… Deus está à espera que compreendamos a morte do nosso Messias, e que, com êsse reconhecimento, caminhemos para a nossa salvação. Mas, se procurarmos fugir a isso seja em que medida fôr, então estaremos perdidos sem esperança. Nós temos de quebrar o poder da nossa decepção e da nossa auto-justificação, que se opôem a Deus, tão claramente patente na contínua rejeição de Jesus de Nazaré. Êste mesmo Deus vai-nos dar uma oportunidade histórica para reconhecer o nosso patético e triste fracasso. Os que sobreviverem à tribulação nunca mais falharão, porque Deus nos vai dar um coração novo”. (p.92; – Fim das citações do livro de Art Katz).

A Interpretação correcta das profecias do tempo do fim

Israel participa abundantemente nas profecias do tempo do fim, particularmente nas que se referem às guerras no Médio Oriente, ao aparecimento do falso messias, ao período de tribulação de sete anos (70ª semana de Daniel), à vinda do verdadeiro Messias, à destruição dos inimigos de Israel, à salvação do resíduo de Israel e ao estabelecimento do reino milenário de paz do Messias. A Internet publica cenários diferentes do tempo do fim em vários locais da rede que circulam pelo mundo inteiro. Alguns deles tendem muitas vezes a tornar-se muito “técnicos” e complicados, dificultando assim resolver com exactidão, como é que aquelas guerras e outras calamidades se seguem umas às outras. Existe o perigo real dos cristãos estarem tão agarrados a um estudo dos acontecimentos do fim do tempo, que o Senhor Jesus deixa de ter a primazia nos seus pensamentos e conversas. A comissão para o evangelismo mundial é menospresada, (o trabalho que deviamos fazer enquanto a noite dos julgamentos de Deus se aproxima) e muitos deles podem dar menos atenção aos preparativos para comparecerem perante o trono de julgamento de Cristo depois do arrebatamento, onde terão que dar conta das suas vidas (2 Cor. 5:10; Rom.14:10-12).

Numerosos peritos escatologistas quase nunca dão o seu testemunho da salvação e santificação, e ficam tão preocupados com a análize de notícias de acontecimentos seculares e manobras militares que podem causar a guerra de Ezequiel 38-39 ou Salmo 83, que não conseguem interpretar espiritualmente os sinais dos tempos. O que quer que acontece aos povos  ou nações, devia ser sempre relacionado com a sua posição espiritual perante Deus.

Quanto a Israel, certamente que não é correcto elaborar sôbre como vai destruir todos os inimigos e sôbre, como “povo escolhido por Deus”, terá sempre a vitória sôbre eles devido à sua capacidade militar e modernos armamentos e às bênçãos que Deus lhe trouxe. O facto é que a vasta maioria de judeus opôe-se à ideia de Jesus como Messias e está a caminho da hora de angústia de Jacob (Veja Jer. 30:7; Ezeq. 22:19-22).

As nações gentias sofrem do mesmo desvio espiritual e, consequentemente, estão todas a caminho de uma “grande tribulação como nunca se viu desde a fundação do mundo” (Mat. 24:21). Israel e as nações vão sofrer sob os julgamentos de Deus. Mas o homem, na sua depravação espiritual e moral, continua a exaltar-se a sí mesmo e a confiar nas suas próprias virtudes e poderio militar, esquecendo-se do iminente derramamento da ira divina à escala mundial.

Nós devemos exortar com veemência o nosso próprio povo a escapar à ira que chega. (1 Tess.1:10).  Israel deve ser avisado das graves consequências da sua contínua rejeição do Messias, em vez de se lhe prometer incondicionalmente retumbantes vitórias em todas as guerras a assolar o Médio Oriente. Em vez de expandir o seu território, acabará como refugiados no deserto durante a grande tribulação (Mat. 24:15-22; Apoc. 12:13-16), no fim da qual apenas um resíduo será salvo. Nos seguintes extratos do livro de Art Katz – um estimado judeu messiânico falecido em 2007 – são explicadas ao povo judeu as raizes da tragédia na história judaica e dados avisos sérios contra a ira a chegar. Os membros não-salvos dos gentios serão igualmente objecto da ira de Deus.

Eu estou a pedir, que aqueles de entre nós que estão a tentar persuadir outros àcêrca da proximidade do arrebatamento, e do derramamento da ira de Deus durante o período da tribulação, mantenham um alto nível de santidade, de maneira a estarem prontos para receber o Senhor no ar. Nós devemos ter uma profunda compaixão espiritual pelos milhões de judeus e gentios que vão estar sujeitos à ira de Deus e à decepção religiosa e ditadura militar do Anticristo durante a tribulação. Devemos lutar contra a tendência que existe de discutir apenas superficialmente os sinais dos tempos por simples sensacionalismo.

Como crentes, nós vamos ser julgados por Cristo em têrmos das normas espirituais que mostrámos enquanto O serviamos durante a dispensação da igreja (santidade pessoal, pureza de doutrina e zêlo evangelista) e não por tentarmos conhecer a hora exacta ou as circunstâncias da nossa partida para estarmos com o Noivo celestial. No entanto, eu considero atentamente os sinais dos tempos, pois êles levam-me a aumentar os meus esforços para proclamar a salvação dos perdidos (para muitos talvez a última oportunidade), ao mesmo tempo que me ajudam a avaliar correctamente as tendências espirituais durante esta época de grande afastamento da verdade. Ainda mais, êste conhecimento é importante, pois ajuda-me a caminhar espiritualmente no caminho certo e, como prègador da segunda vinda, a não ficar para tràs quando o Senhor vier! (Ver 1 Cor. 9:27).

Que o Senhor nos ajude a todos a pôr as coisas mais importantes em primeiro lugar, e, é claro, a esperarmos sempre a Sua repentina vinda a todo o momento! Se Jesus Cristo, a Sua graça salvadora, a promessa da Sua segunda vinda, o Seu comando para vivermos uma vida santa, e todos os acontecimentos relacionados com a Sua vinda, não forem centrais nos nossos pensamentos, os tratados e discussões sôbre o mundo do tempo do fim em que vivemos não estão a ver a mais vital perspectiva das nossas vidas e futuro. Apenas n’Êle há vida eterna e Êle é também o juiz dos perdidos (Actos 17:30-31). Todo o joelho se há-de curvar perante Êle.

A arrogância de uma humanidade no tempo do fim

A auto-exaltação humana contra a Palavra de Deus, e portanto também contra o próprio Deus, acontece não só em Israel, mas é também muito comum entre o mundo gentio protestante (incluindo a África do Sul). Ouvem-se cada vez mais afirmações como estas: “Não acredito que a Bíblia seja a inspirada Palavra de Deus; não acredito no nascimento virgem de Jesus, na Sua divindade, no significado da Sua crucificação ou ressurreição dos mortos; não acredito no diabo ou no inferno; não acredito no arrrebatamento, no Anticristo, na grande tribulação ou em qualquer dos julgamentos de Deus; não acrediito que o Cristianismo seja o único caminho para Deus; eu não posso ser rejeitado por Deus, porque sou suficientemente bom tal como sou…” E a lista aumenta quase diàriamente, principalmente em resultado da influência de seminários teológicos em apostasia e da imprensa, que levam as pessoas a tornar-se cada vez mais agnósticas.

Esta lamentável situação dá em resultado inevitàvelmente, que mais pessoas desprezam a graça salvadora do Senhor, forçando-O a julgá-las. Há todas as indicações de que tal julgamento vai chegar em breve. Mas, mesmo quando julgamentos severos lhe caiem cima, a maior parte das pessoas continua a não ter bom senso, continuando a blasfemar o nome do Senhor (Apoc. 16:9). E, em vez de honrarem Deus, seguem e vão adorar o Anticristo (Apoc. 13:3-4,8).