Prof. Johan Malan, Middelburg, África do Sul, Julho de 2008
Um conhecido judeu messiânico dos nossos dias, Joel C. Rosenberg (Veja www.joelrosenberg.com), escreveu um livro intitulado Epicentro, em que descreve dramàticamente a crescente tensão no Médio Oriente, como prelúdio da grande guerra de Ezequiel 38 e 39. Êste livro de grande venda levou à produção de um documentário em DVD com o mesmo título (www.epicenterdvd.com). Epicentro segue os mesmos temas explorados em forma de ficção nos seus livros A Última Jihad,Os Últimos dias, A Opção de Ezequiel e O Pergaminho de cobre.
A palavra Epicentro, (em grego epi-kentros) significa em ou num ponto central. Pode por exemplo referir-se ao ponto em que um abalo de terra atinge a superfície da terra, alastrando dêsse ponto. Joel Rosenberg utiliza êste conceito para indicar que Israel é o epicentro do mundo, Jerusalém o epicentro de Israel, e o Monte do Templo o epicentro de Jerusalém. Está a registar-se considerável aumento de tensão na área à volta do centro ou epicentro do mundo, o que reflete a existência de conflito entre Israel e Cristianismo de um lado, e os Muçulmanos e seus aliados do outro. Ambas estas religiões consideram Jerusalém como sendo terreno sagrado:
Judeus – Para os judeus Israel é uma terra dada por Deus (Gen. 13:14-15), com Jerusalém como capital de há 3.000 anos. Deus escolheu esta cidade para nela pôr o Seu nome para sempre, (1 Reis 9:3 e 11:36). O Rei Salomão construiu o primeiro templo no Monte do Templo, que foi destruido por Nebucodonezor e reconstruido depois do cativeiro na Babilónia, mas que caíu no abandono com o decorrer do tempo. Herodes construiu o segundo templo, que foi destruido pelos romanos no ano 70 AD. Presentemente os judeus tencionam construir o terceiro templo no epicentro, isto é, no único local onde pode ser construido (2 Cron. 3:1; Esdras 6:7).
Cristãos – Os cristãos olham Jerusalém como cidade santa e berço da sua fé, porque Jesus sofreu ali pelos nossos pecados e ali foi crucificado e ressuscitou dos mortos. E o Espírito Santo foi derramado ali, daí resultando o início oficial da Fé Cristã na cidade. O Senhor Jesus subiu ao Céu em Jerusalém e é ali que voltará a quando da Sua segunda vinda (Actos 1:8-12; Zacarias 14:4-5).
Muçulmanos – Para os muçulmanos, Jerusalém é a terceira cidade mais santa depois de Meca e de Medina. Duas das suas famosas mesquitas encontram-se no monte do templo, a Cúpula da Rocha e a Mesquita Aqsa. Êles opõem-se fanàticamente a todos os judeus e cristãos. O seu plano final é o estabelecimento de um estado islâmico mundial no Médio Oriente, com Jerusalém como capital. De acôrdo com os muçulmanos radicais, os israelitas deviam abrir caminho para o estabelecimento de tal estado sendo expulsos do seu território. Os aliados de Israel, (especialmente os Estados Unidos), deviam também ser combatidos e destruídos, se continuarem a persistir na sua atitude de não se renderem ao Islão, e não aceitarem o islamismo como a única fé verdadeira.
Joel Rosenberg revela excepcional discernimento no que diz respeito ao aspecto espiritual e ideológico da luta para controlar o epicentro do mundo. A luta entre Israel e os estados muçulmanos que rodeiam o país, apoiados pela Rússia, tem por fim controlar o Monte do Templo e Jerusalém, bem assim como todo o território de Israel. Pensa-se que a religião que conseguir estabelecer no epicentro os seus lugares sagrados e estruturas de autoridade, é a única religião verdadeira que gozará do previlégio de dar direcção espiritual a todos os povos da Terra.
O Islamismo é uma religião que considera a fôrça militar como o método mais importante para conseguir o objectivo do domínio do mundo. O Islamismo radical afirma que é completamente justo matar todos os infiéis (as pessoas que se recusam a aceitar o Islão e o Corão). Acham que é uma obrigação fazer uma guerra santa (jihad) contra todas as fés não-islâmicas. O presidente do Irão e os dirigentes religiosos do país propagam abertamente a jihad contra Israel, com o fim de destruirem o território e o seu povo e de os apagarem do mapa. Declararam também jihad contra os Estados Unidos como o mais importante aliado de Israel. É com vista à promoção destes objectivos que o Irão está empenhado no aperfeiçoamento de armas nucleares. Acreditam que o mahdi islamita (messias) está para vir em breve, para garantir o triunfo militar do Islão e fazer dêste o indisputável governador do mundo.
Os israelitas estão a fazer planos secretos para eliminar esta grande ameaça à sua futura sobrevivência, aumentando assim aínda mais a tensão já existente no Médio Oriente. Israel tem de sobreviver na luta contra um inimigo vil e assassino, que possui à sua disposição várias organizações e grupos terroristas.
No meio disto tudo, os judeus ortodoxos de Israel estão a preparar-se para construir o terceiro templo no Monte do Templo. No entanto, esta área está sob o controlo de uma comissão islâmica, que está empenhada na construção de mais mesquitas no mesmo local. Êles resistem fortemente à ideia de um templo judaico nesse local, pois têm conhecimento da expectativa que o Messias de Israel descerá no Monte das Oliveiras, depois do que, de acôrdo com as promessas proféticas da Bíblia, Êle restaurará o trono de David em Jerusalém, para reinar dalí sôbre o mundo inteiro.
Os cristãos sabem que o Messias é Jesus Cristo, que aínda não foi aceite pela nação israelita. Nós temos grande interêsse nos acontecimentos futuros em Jerusalém e no Monte do Templo. Há cada vez mais muçulmanos que compreendem que Jesus é o Messias, e milhares estão a converter-se à fé cristã. Joel Rosenberg fornece-nos informações espectaculares sôbre êste acontecimento. Diz êle, que até num estado fundmentalista islamita como o Irão, o número de cristãos aumentou de cêrca de cinco mil para mais de um milhão.
Mas a luta continua. Os inimigos de Israel procuram destruir o país, e o seu alvo principal é agora controlar o epicentro e territórios adjacentes.
Uma perspectiva importante que Joel Rosenberg não discute no seu livro e “dvd”, é a promessa da completa revelação de um sistem divino de autoridade, a estabelecer no epicentro mundial em Israel, especificamente em Jerusalém, depois da segunda vinda de Jesus Cristo. Êsse será a sede de um govêrno mundial durante o Milénio. Zacarias diz o seguinte sôbre êste dramático acontecimento: “Nesse dia, os Seus pés pousarão no Monte das Oliveiras, frente a Jerusalém no Leste… Assim virá o Senhor meu Deus e todos os santos Contigo…E o Senhor será o Rei de toda a Terra… E acontecerá, que todos os que ficaram de todas as nações que vieram contra Jerusalém irão ano após ano adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Zac. 14:4,5,9,16). Autoridade será exercida a partir do centro da Terra onde o trono do Senhor estará, daí emanando também a iluminação espiritual.
Em Actos 15:16-17, o Senhor diz: “Depois disto Eu voltarei e reconstruirei o tabernáculo de David que tinha caído. Reconstruirei as suas ruinas e levantá-lo-ei, de forma a que o resto da humanidade possa procurar o Senhor, mesmo todos os gentios que são chamados com o Meu nome, diz o Senhor que faz todas estas coisas”. Depois de longo tmpo, durante o qual o epicentro esteve em ruinas, o Senhor vai voltar e o vai restaurar. E nessa altura Deus estabelecerá Jerusalém fazendo dela “um louvor na Terra” (Isa. 62:7).
Jeremias acrescenta a esta profecia: “Nessa altura, Jerusalém será chamada O Trono do Senhor, e todas as nações se lhe ajuntarão, ao nome do Senhor, a Jerusalém; e não caminharão mais na teimosia dos seus vis corações” (Jer. 3:17). Satanás, o enganador do mundo, estará preso durante êste tempo, “de forma a não mais enganar as nações até se completarem os mil anos” (Apoc. 20:3).
Esta nova dispensação trará grandes e maravilhosas bênçãos a Israel e às nações: “Sim muitos povos e nações fortes virão a procurar o Senhor dos Exércitos em Jerusalém e a orar ao Senhor…Nesses dias, dez homens de todas as línguas das nações agarrarão a manga de um judeu dizendo-lhe:- deixa-nos ir contigo, pois ouvimos dizer que o Senhor está convosco” (Zac. 8:22-23). Bênçãos sairão da terra santa no epicentro da Terra sôbre todas as nações. Diz Isaías: “Israel florirá e brotará, e encherá a face da Terra com fruta” (Isa. 27:6).
A segunda vinda do Messias-Rei de Israel, Jesus, que é também o Salvador e Rei do mundo, será o passo final para esta nova dispensação. É importante saber, que a dispensação da lei do Velho Testamento constituia apenas um preparativo para a vinda do Messias: “Porque a lei, sendo uma sombra das bôas coisas a vir… nunca pode com estes mesmos sacrifícios, que êles oferecem todos os anos, fazer perfeitos os que se aproximam…Pois não é possível que o sangue de bois e cabritos apague pecados… Então Eu (o Messias) disse, Eis que Eu venho… para fazer a Tua vontade ó Deus… Por essa vontade nós fomos santificados de uma vez para sempre, através da oferta do corpo de Jesus Cristo” (Hebr. 10:1-4,7,10). Todos os serviços no templo apontavam, como tipos, para o sacrifício perfeito de uma vez para sempre do “Cordeiro de Deus que apaga o pecado do mundo” (João 1:29).
Seria altamente enganador se considerassemos a presente restauração de Israel e contrôlo sôbre o Monte do Templo, como objectivos finais por si próprios, em vez de acontecimentos preparatórios para a vinda do Messias. Isso tornaria Israel com a sua fé do Velho Testamento como modêlo para outras nações, e o templo reconstruído como símbolo e centro do seu sistema religioso. Os judeus ortodoxos estão de facto à espera de um Messias que restaure o templo à sua antiga glória. Não esperam por um Messias que já completou e assim aboliu todos os sacrifícios do serviço do templo.
A verdadeira luta não é àcerca de Israel e da sua religião nacional antiquada, mas sim àcerca do Messias de Israel. Se colocassemos Israel como nação, no palco central do conflito mundial do fim dos tempos, estariamos de facto a encorajar a reconstrução do seu templo, e a assinar um contrato com o vindouro falso messias, que por sua vez encorajaria as práticas relacionadas com o velho contrato. Promovendo-as em vez de promover Jesus Cristo, dar-lhe-iamos uma desculpa fácil para continuar a rejeitar o verdadeiro Messias, preparando assim o caminho para um acôrdo com o falso messias. Jesus avisou há 2.000 anos de todas as implicações da Sua rejeição – ela levá-los-ia a cair nos braços do falso messias: “Eu vim em nome de Meu Pai,e vós não Me recebestes; mas se outro vier em seu próprio nome, vós o recebereis” (João 5:43).
Uma das primeiras coisas que o falso messias vai fazer, é dar a Israel o direito de construir o terceiro templo em Jerusalém. Com esta decisão, êle tem em mente dois objectivos: O primeiro é garantir a rejeição perpétua pela nação do sacrifício único de Jesus na cruz, e o segundo é ter a oportunidade para se declarar êle mesmo Deus no templo reconstruído. Paulo diz que o Anticristo “Se opõe e exalta acima de tudo que é chamado Deus ou que é adorado, de maneira que se assenta no templo de Deus como Deus, mostrando que é Deus” (2 Tess. 2:4). Daniel diz que êle porá fim às ofertas e sacrifícios no templo, colocando alí a abominação da desolação” (Dan. 9:27; 11:31; Mat. 24:15-21). Todas as pessoas serão obrigadas a adorar a imagem da bêsta (Apoc. 13:15).
O propósito principal do Anticristo será declarar-se Deus no epicentro, gabando-se que é a autoridade máxima do Universo. Isto constituirá o mais elevado grau de rebelião contra Deus. Porque o Anticristo saberá que o verdadeiro Cristo vai voltar para o julgar e aos milhões seus seguidores, pela sua traição contra Deus e Seu reino, êle vai instigar todas as nações com a ajuda de demónios, a juntarem os seus exércitos para a batalha final em Israel (Apoc. 16:13-16), o que conduzirá à batalha de Armagedon.
João diz: “E eu vi a bêsta, os reis da Terra e os seus exércitos, reunidos para fazer guerra contra Aquele sentado no cavalo e Seu exército. E então a bêsta foi capturada e com êle o falso profeta que operava sinais na sua presença, por meio dos quais enganava os que receberam a marca da bêsta e os que adoravam a sua imagem. Êstes dois foram lançados vivos no lago de fôgo ardendo com enxôfre. E os restantes foram mortos com a espada que saía da boca Do que montava no cavalo” (Apoc. 19:19-21).
O verdadeiro Rei do Universo estabelecerá o Seu govêrno no epicentro em Jerusalém, depois de ter destruido o Anticristo e seu sistema satânico de autoridade mundial. Isso constituirá cumprimento de uma promessa que o Senhor fez a Salomão há mais de 3.000 anos; “Jerusalém (é) a cidade que Eu escolhi para Mim, para alí pôr o Meu nome” (1 Reis 11:36).
Durante os dias do Velho Testamento só se registaram indirectas e limitadas revelações de Deus. As maiores foram a primeira vinda, a prègação, a crucificação, a ressurreição e a ascenção de Jesus Cristo e depois o derramar do Espírito Santo. Devido ao agnosticismo da nação judaica, e ao cumprimento e subsequente abandono do serviço do templo e da ascenção de Jesus, que produziu a ausência física do Messias-Rei de Israel, Jerusalém perdeu temporàriamente a sua importância como epicentro espiritual de Israel e do mundo. Durante a dispensação da igreja, as pessoas não necessitam de adorar a Deus em Jerusalém, mas sim em espírito e em verdade seja onde fôr no mundo (João 4:21-23). Os próprios cristãos, como corpo de Cristo, são o templo de Deus (1Cor. 3:16). Durante êste período, o principal objectivo de Satanás é atacar e destruir a fé dos crentes. Israel foi disperso por todo o mundo e Jerusalém esteve pisada e humilhada.
Agora, no tempo do fim, Israel e Jerusalém estão de novo restauradas. A cena profética está preparada para a segunda vinda do Messias de Israel. E é para êste fim que Israel está de volta à sua terra – para receber o Messias e não para reconstruir o templo como mais um sinal da sua negação de Cristo. O encontro dêste tempo entre Israel e o Messias, vai ter resultados positivos para toda a nação. Depois de rejeitado por Israel durante a Sua primeira vinda, Êle disse-lhes:- “Eu digo-vos que não Me vereis mais, até dizerdes ‘Abençoado Aquele que vem em nome do Senhor’ !” (Mat. 23:39). Na altura da Sua segunda vinda, o relacionamento quebrado entre Israel e o seu Messias será restaurado. Israel olhará para Aquele que havia trespassado, e lamentar-se-á por Êle (Zac. 12:10). E depois disso o povo judeu será de facto um povo Messiânico, que proclamará os louvores do Messias em toda a parte.
O epicentro em Jerusalém atingirá todo o significado que Deus lhe destinou, porque o Senhor Jesus será revelado em toda a Sua glória e magestade para ser o centro de todas as coisas. Êle é o Criador da Terra e do Universo: “Todas as coisas foram feitas através d’Êle… Êle esteve no mundo e o mundo foi feito através d’Êle, e o mundo não O conheceu” (João 1:3,10; Col. 1:15-17). Satanás é o instigador que continua a levar Israel a não reconhecer e aceitar Jesus como Salvador e que, contràriamente ao verdadeiro conhecimento de Deus, quer levar à reconstrução do templo e a perpetuar assim as práticas obscuras do Velho Testamento.
Depois da segunda vinda de Jesus, todo o resíduo de Israel e o resto das nações se reconciliarão com Êle (Rom. 11:26 – Veja-se Mat. 24:29-30). O epicentro do mundo radiará uma presença divina; haverá paz na Terra, e os nomes dos ídolos (as religiões falsas) serão expulsos do mundo (Zac. 13:2).
Os inimigos de Deus mostram-se ultrajados por quaisquer acontecimentos que validem esta expectativa profética. Êles sabem que a restauração de Israel é parte do plano de Deus para estabelecer fìsicamente o Seu reino na Terra. E é por isso que resolveram destruir Israel (Veja-se o Salmo 83:1-8). Se o conseguissem fazer provariam que a Bíblia está errada, confirmando assim o poder e as mentiras de um deus falso. No entanto êles estão apenas a acelarar a sua própria ruina.
Eventualnente todo o mundo apóstata se vai juntar contra Jerusalém, mas apenas para ser julgado pelo Senhor (Zac. 12:3;14:2). Diz Êle: “Porque, olhai, nesses dias e na altura em que Eu fizer regressar os cativos de Judá e de Jerusalém, Eu ajuntarei também todas as nações, trazendo-as para o Vale de Josafat, e aí as julgarei por causa do Meu povo, e da Minha herança Israel, que elas espalharam entre as nações e também repartiram a Minha terra (Joel 3:1-2).
Depois do Senhor ter julgado os inimigos de Israel, que são também inimigos do Cristianismo Evangélico, de ter condenado o Anticristo e o falso profeta e de ter lançado Satanás no pôço sem fundo, Êle revelará o Seu próprio reino em glória a todo o mundo, estabelecendo-o em Jerusalém. O Criador do Mundo, que é também o Salvador e Rei do Mundo e o Santo de Israel, reinará então do trono de David em Jerusalém – o epicentro da Terra e do Universo. E então também, haverá verdadeira paz.